“O PS sabe, o seu líder parlamentar sabe, que há votos suficientes para aprovar a proposta do Governo e dos partidos mais à esquerda. Se não houver intenção de levar a votos os projetos é porque aqui há claramente uma intenção de levar para a especialidade também as iniciativas da direita”, acusou, em declarações à agência Lusa, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares.
O PS, através do líder parlamentar, Carlos César, defendeu hoje que, na sexta-feira, a proposta do Governo e os projetos do PSD, CDS-PP e PCP sobre lei de bases da saúde devem baixar diretamente ao debate na especialidade, sem votação na generalidade.
Na opinião do deputado bloquista, “quem leva essas iniciativas na bagagem é porque leva as ideias que criaram a lei de bases de 1990, que tão mal têm feito ao Serviço Nacional de Saúde”, a lei de bases que “António Arnaut e João Semedo queriam combater”.
“O PS dar a mão à direita para que os seus projetos, que atentam contra as ideias de António Arnaut e João Semedo, tenham vida para lá da votação é uma escolha do PS, mas não é a escolha do BE”, avisou.
O líder parlamentar do BE admitiu que viu “com alguma estranheza” as declarações de Carlos César porque “a intenção que tinha sido tornada pública, até pelo Governo e por fontes do PS, era da vontade de existir uma votação da Lei de Bases da Saúde” já na sexta-feira.
O BE, cujo projeto de lei sobre Lei de Bases da Saúde está na especialidade desde o ano passado, entregou um requerimento para que a proposta seja colocada no guião de votações de sexta-feira.
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