A cidade prepara-se para um megaevento que durará sete dias e no qual estarão envolvidas associações, museus, instituições de ensino e grupos de artistas. A capital alemã vai encher-se de imagens históricas e filmes acompanhados por instalações sonoras que servirão de pano de fundo para várias iniciativas que marcam a queda do muro de Berlim, a 09 de novembro de 1989.
Um dos pontos altos do festival, que decorre entre 04 a 10 de novembro, é uma instalação com 30 mil mensagens suspensas no ar junto às Portas de Brandeburgo.
“Durante a Revolução Pacífica, centenas de milhares de pessoas levantaram as suas vozes e contribuíram para a queda do Muro”, escreve a organização na página oficial do evento, convidando as pessoas a escreverem a sua mensagem até ao dia 31 de agosto, sob o lema “Deine Vision im Himmel über Berlin” (A sua visão no céu de Berlim).
No total, vão ser erguidas exibições em sete diferentes pontos de Berlim, que, de alguma forma, marcaram o período de 1989/1990, como a igreja Gethsemane, Alexanderplatz, ou a Eastside Gallery. O objetivo é convidar os visitantes a “aprender, lembrar, debater e celebrar”, sublinha a organização.
Em Kurfürstendamm vão ser contadas histórias de berlinenses que foram separados por causa do muro, na Schlossplatz a atenção será centrada nas primeiras eleições livres e nas paredes dos edifícios da antiga sede da Stasi, os visitantes poderão ver as exigências para a abolição da polícia secreta da então República Democrática Alemã.
No dia 09 de novembro, vários palcos vão receber artistas nacionais e internacionais, com música ligada aos acontecimentos de 1989/1990 mas também que defendam a liberdade e a quebra de muros.
No total contam-se mais de uma centena de eventos, entre eles painéis de discussão, concertos, visitas guiadas, exibições de filmes, leituras e produções cénicas.
Através de uma aplicação gratuita para telemóveis, criada para o efeito, a “MauAR”, vai ser possível visitar a cidade virtualmente antes da queda do muro.
Para Michael Wirges, presidente da Associação Luso-Alemã (DPG) este é um “ano muito especial” que marca o início de um “país inteiro, sem fronteiras”.
Esta associação, que tem cerca de 350 sócios, maioritariamente alemães, foi fundada em 1964 na República Federal Alemã, mas só mais tarde viria a representar todo o país. Em 1989 fundem-se as Associação Luso-Alemã e a Sociedade de Amizade RDA-Portugal.
“Ainda antes da queda do muro, no mês de setembro, quando começámos a sentir que aquele ia ser o desfecho, nós decidimos juntar a duas associações, portanto também nós celebramos 30 anos”, conta Michael Wirges em declarações à agência Lusa.
A DPG, que tem como principal missão “aprofundar o conhecimento sobre Portugal, a cultura, a língua e a história”, tal como “desenvolver a cooperação com a Alemanha”, vai levar a cabo a sua assembleia geral precisamente nos dias 08, 09 e 10 de novembro com visitas ao Checkpoint Charlie ou à exposição “A vida na RDA” (Alltag in der DDR).
O muro de Berlim, que dividiu, durante 28 anos, a Alemanha em duas partes, a República Democrática Alemã (RDA) e a República Federal Alemã (RFA), começou a ser derrubado na noite de 09 de novembro de 1989.
Comentários