"Trata-se de ‘um olhar sobre Portugal e a Europa à luz da doutrina social da Igreja', que se apresenta como súmula aplicável a vários aspetos da atualidade portuguesa e europeia", disse o cardeal patriarca de Lisboa, na abertura da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que decorre entre hoje e quinta-feira, em Fátima.
Segundo Manuel Clemente, os bispos portugueses vão debater sobre a "defesa da vida, dos nascituros aos idosos, das condições materiais e laborais que a garantam e à liberdade religiosa e as obrigações de cada cidadão para o bem comum de todos, sem alheamento nem corrupção".
Outros dos pontos a abordar são os migrantes, "seus direitos e contributos, o direito à propriedade privada e ao destino universal dos bens, a ecologia e solidariedade intergeracional, o indispensável papel do Estado e a sua subsidiariedade em relação às iniciativas dos cidadãos e dos grupos, no campo educativo e social".
"Estes e outros pontos são vistos à luz da doutrina social da Igreja e apresentados como contribuição para os momentos eleitorais que se seguem na União Europeia e no nosso país", disse o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
Numa intervenção inicial sem direito a perguntas, como é habitual, Manuel Clemente disse também que, depois do encontro em Roma com o Papa sobre "A proteção dos menores na Igreja", Portugal acolhe "inteiramente tudo quanto o Santo Padre decidiu e decida neste campo".
A 196ª Assembleia Plenária da CEP vai também discutir o tema da preparação para o matrimónio, na sequência da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia', do Papa Francisco, e o acompanhamento dos casais jovens.
A pastoral pré-matrimonial e a matrimonial vão incluir "uma série de indicações necessárias e práticas para a preparação do matrimónio, atinentes à maturidade e ao relacionamento mútuo; ao projeto familiar, ao respetivo amadurecimento e à superação de conflitos; à comunidade cristã como lugar de entreajuda e celebração familiar, à doutrina sobre o sacramento, suas propriedades e fins".
A realização das Jornadas Mundiais da Juventude em Portugal, em 2022, anunciada em janeiro pelo Vaticano, acontece, segundo para Manuel Clemente, a partir do "dinamismo e compromisso" dos jovens católicos.
"Há vários anos que na CEP e fora dela se falava de tal possibilidade e aspiração. O mais determinante foi, porém, o crescente desejo de tantos jovens católicos, militantes em comunidades e movimentos, para que tal acontecesse mesmo e a partir do seu próprio dinamismo e compromisso", sublinhou.
O cardeal-patriarca de Lisboa assinalou ainda que, "quem estiver atento ao que acontece entre as realidades juvenis católicas, dentro e fora do meio estudantil, com ligações internacionais e em ações missionárias, compreenderá que aí mesmo reside a base e o impulso para o que acontecerá com os jovens e para os jovens, de Portugal e do vasto mundo católico que aqui se fará presente".
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