Este verão já morreram 14 pessoas que caminhavam no Parque Nacional do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos da América, quase a média anual de mortes ali registadas, 15.
De acordo com o The Hill, as mortes têm aumentado à medida que os eventos climáticos, como o calor extremo e as inudações, ligados às mudanças climáticas criam condições cada vez mais perigosas no local.
Só em agosto morreram três pessoas no espaço de uma semana.
Uma das caminhantes que morreu, Chenoa Nickerson, foi vista pela última vez a 22 de agosto acima da confluência do Riacho Havasu e do Rio Colorado, disseram as autoridades do Serviço Nacional de Parques.
Nickerson foi dada como desaparecida depois de uma enchente repentina atingir o Canyon Havasu. O corpo só foi encontrado a 25 de agosto, três dias depois do seu desaparecimento.
A tribo Havasupai relatou inundações repentinas catastróficas deste tipo, que danificaram “a trilha principal para a Vila Supai, trilhas dentro da vila, casas de membros da tribo, sistemas de utilidade pública e acampamentos”, no dia em que a mesma desapareceu.
Já a 25 de agosto, um homem, de 80 anos, morreu quando o seu barco virou no Rio Colorado.
Heather Klein Olson, diretora-executiva da American Hiking Society, disse ao The Hill que estas mortes envolviam vários fatores. Um aumento nas chuvas intensas, bem como o seu desenvolvimento perto de parques que impactam os sistemas de água, estão entre eles.
Ao mesmo tempo, há um fluxo de visitantes desde a covid-19: “Todos estão interessados e querem sair, e é lindo, e nós amamos os nossos espaços ao ar livre”, disse Olson. “Mas também há uma variedade de fatores que precisam de ser considerados quando saímos”, acrescentou.
Os funcionários do Serviço Nacional de Parques pedem aos visitantes que sejam cautelosos, sobretudo, devido à probabilidade da existência de enchentes repentinas e temperaturas fatais. As autoridades já avisaram que as temperaturas da trilha podem superar os 48ºC à sombra.
“O ambiente árido e escassamente vegetado aqui significa que a chuva rapidamente gera escoamento porque o solo não o absorve bem”, disse Rebecca Roland, porta-voz do Serviço Nacional de Parques. “Este escoamento move-se rapidamente por terrenos íngremes, transformando leitos secos de riachos em correntes de água em minutos, mesmo de tempestades relativamente pequenas”, explicou.
De acordo com os dados do Serviço Nacional de Parques, citados pelo The Hill, entre 2007 e 30 de junho deste ano, foram conhecidas e registadas 216 mortes no Parque Nacional do Grand Canyon. 48 aconteceram durante caminhadas e 23 estão ligadas a atividades de nado ou a embarcações aquáticas.
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