Segundo as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o "período excecional de calor" prolonga-se até domingo, com a temperatura máxima do ar, "em grande parte do território do continente", a registar valores da ordem dos 40ºC, com exceção da costa algarvia, que terá máximas ligeiramente mais baixas, entre 30ºC e 35ºC.
No "período mais crítico", entre hoje e sábado, em vários locais do Alentejo, vale dos rios Douro e Tejo e na Beira Baixa a temperatura máxima poderá chegar aos 45ºC e, num ou outro local, ultrapassar este valor. Em Évora e Santarém, as máximas poderão bater os 46ºC.
As temperaturas mínimas serão também "muito elevadas", de acordo com o IPMA, atingindo valores próximos de 25ºC "em grande parte do território" e aproximando-se dos 30ºC em alguns locais do interior Centro e Sul, em especial no Alto Alentejo.
Até pelo menos sábado, Lisboa, Setúbal, Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Santarém, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Braga vão estar sob aviso vermelho, o mais grave numa escala de quatro. Todos os restantes distritos estão sob aviso laranja, o segundo mais grave.
O quadro de "calor extremo" referido, nestes termos, pelo IPMA deve-se ao estabelecimento de um anticiclone sobre a Península Ibérica que transporta uma massa de ar quente do norte de África, explicou à Lusa a meteorologista Paula Leitão, esclarecendo que, em Portugal continental, a faixa costeira do Algarve é a zona mais poupada em termos de temperaturas devido ao vento que sopra de sueste.
Contudo, é no sul do país que o céu deverá apresentar um tom amarelado devido à presença de poeiras em suspensão no ar provenientes do norte de África.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera compara a "situação meteorológica" prevista até domingo à onda de calor verificada em Portugal continental em agosto de 2003, em que se registaram "igualmente valores muito elevados" das temperaturas mínima e máxima, fixando-se um "novo máximo absoluto" relativo à temperatura máxima, com 47,3°C, na Amareleja em 01 de agosto.
As temperaturas excecionais previstas até ao fim de semana vão provocar um "grande desconforto térmico", atendendo a que, segundo o IPMA, a zona de conforto térmico se situa, de um modo geral, entre os 18ºC e os 26ºC.
Porém, de acordo com a meteorologista do IPMA Paula Leitão, não se enquadram num cenário de onda de calor, cujo índice de duração adotado por Portugal corresponde a um intervalo de pelo menos seis dias consecutivos em que a "temperatura máxima diária é superior em 5ºC ao valor médio diário do período de referência".
A partir de domingo, assinala o instituto, a temperatura máxima deverá descer "nas regiões do litoral oeste e, gradualmente, nas regiões do interior nos dias seguintes, mas mantendo valores da ordem de 35°C ou mais em muitos locais do interior até final da próxima semana".
Portugal continental e ilhas com risco muito elevado de exposição aos raios UV
Todos os distritos de Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores, à exceção da ilha das Flores, têm hoje um risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV).
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a ilha das Flores apresenta risco elevado de exposição à radiação UV.
Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.
O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).
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