A proposta prevê que a Câmara de Coimbra, enquanto autoridade de transportes, fique com 49,9% do capital social, com o restante (50,1%) a ficar com a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, refere o documento que a agência Lusa consultou.
O município irá investir 581 mil euros até 2027 naquela entidade, que ficará com um capital social de 1,16 milhões de euros (o restante é investido pela CIM).
A AGIT vai gerir o sistema de bilhética integrado de transportes na região, permitindo que um utilizador possa usar o mesmo passe para circular nos vários operadores de transportes, perspetivando-se que o bilhete integrado possa estar disponível aquando do arranque do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que irá servir, para além de Coimbra, os concelhos de Miranda do Corvo e Lousã.
No futuro, o utilizador poderá utilizar o bilhete para circular no SMM, nos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), nos transportes rodoviários concessionados pela CIM ou em certos serviços da CP.
A AGIT, que deverá contar com dez funcionários (incluindo um presidente e um vogal não executivo), irá assegurar um sistema de informação, partilha e comunicação entre os operadores envolvidos, garantindo a repartição das receitas provenientes do bilhete único, em função da procura.
Face às comissões de validação de títulos que a AGIT irá receber, entre outras receitas, perspetiva-se que o funcionamento da empresa seja sustentável e permita até assegurar resultados positivos, estimando-se lucros de 190 mil euros em 2031, referiu a vereadora da Câmara com a pasta dos transportes, Ana Bastos.
A empresa vai contar com assembleia geral, conselho de administração, e ainda um conselho consultivo.
Segundo Ana Bastos, o tarifário do bilhete único será decidido no futuro, em diálogo entre as diferentes autoridades de transporte.
O estudo que servia de apoio à definição da AGIT apontava para valores de referência de um passe único mensal de 30 euros para um município, 35 euros para utilização em dois concelhos da região de Coimbra e de 40 euros para mais de dois.
O vereador do PS José Dias considerou que a constituição desta entidade “é fundamental para a cidade de Coimbra e para toda a região”, na área da mobilidade.
Posteriormente, a proposta de constituição da entidade terá de ser aprovada em Assembleia Municipal, seguindo depois para fiscalização prévia no Tribunal de Contas.
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