Na reunião pública do executivo municipal, o autarca acrescentou que Lisboa conta com sete operadores de trotinetas, que têm mais de 150.000 utilizadores e que já foram percorridos mais de um milhão de quilómetros.
Miguel Gaspar (PS) informou também que a autarquia tem como objetivo criar um lugar de estacionamento para bicicletas, trotinetas e motas por cada quarteirão.
Segundo o vereador, que intervinha no âmbito de uma proposta do CDS-PP que pedia a elaboração de um estudo sobre o sistema de trotinetas partilhadas em Lisboa, e que foi rejeitada, “cada lugar de estacionamento pode ser utilizado por um automóvel, 10 trotinetas ou cinco bicicletas”.
Sobre a proposta dos centristas, Miguel Gaspar explicou que a direção municipal de Mobilidade já está a fazer esse estudo, pelo que não será a EMEL a fazê-lo.
O responsável pela pasta da mobilidade negou a possibilidade de vir a limitar o número de trotinetas na cidade, mas admitiu definir “números máximos de trotinetas em certas ruas, em zonas concretas, para que não haja uma degradação do espaço público”.
Admitindo a necessidade de estipular regras para estes veículos, Miguel Gaspar informou que, nesse sentido, de 15 em 15 dias, a direção municipal de Mobilidade reúne com os operadores de trotinetas da capital.
“Não podem haver trotinetes nos passeios a retirar qualidade ao espaço público, não podem haver trotinetas a retirar segurança aos peões, mas também não podem haver carros, motas a fazer o mesmo”, considerou, acrescentando que “hoje foi-lhes proposto o alargamento” das zonas vermelhas, onde não é possível estacionar estes veículos, “para outras zonas sensíveis da cidade”.
O vereador destacou que a autarquia tem como objetivo converter 1.600 lugares de estacionamento para serem ocupados por estes meios de transporte.
A Câmara de Lisboa pretende “reduzir a dependência [do transporte individual] para que não mais de 35% das viagens sejam feitas em carro privado” e que “150 mil viagens sejam transferidas para os outros meios de transporte”, disse ainda Miguel Gaspar.
Na sessão de hoje, o executivo municipal rejeitou também uma proposta do CDS-PP para a criação da “Cidade do Mar” na Doca de Pedrouços e área envolvente.
O documento mereceu os votos favoráveis do CDS e do PSD, a abstenção do PCP e os votos contra do PS e BE.
Intervindo no debate, o presidente da câmara, Fernando Medina (PS), defendeu que a proposta dos centristas, liderados por Assunção Cristas, é uma “redundância face àquilo que a câmara já faz e àquilo que já está a ser feito pelo Estado”.
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