Uma família de duas pessoas, Amélia Ferreira, de 66 anos, e o filho Daniel Tato, de 41, estão a dormir na praia de Matosinhos desde setembro de 2022, altura em que foram despejados da casa onde viviam.
A Câmara local revelou esta quarta-feira que ambos recusaram alojamento num centro social, salientando também que ambos não cumprem os requisitos para uma casa municipal.
"A situação da família que está a viver numa tenda na praia de Matosinhos está a ser acompanhada desde setembro pelos serviços da ADEIMA - Associação para o Desenvolvimento Integrado de Matosinhos e, desde essa altura, recebe apoio alimentar e de higiene no Lar de Sant’Ana. Foi-lhes proposto o realojamento temporário num centro de acolhimento social, solução que recusaram", começa por revelar o comunicado da Câmara de Matosinhos, explicando depois as razões para o facto de não poderem requerer uma habitação municipal.
"Mãe e filho eram residentes em Vila Nova da Gaia até serem despejados da sua habitação. Efetuaram um pedido de habitação à Matosinhos Habit, mas não cumprem os requisitos necessários à atribuição de uma casa municipal, uma vez que não são residentes no concelho. Em Matosinhos existem regras para a atribuição de casas municipais e uma lista de espera que ultrapassa os 1000 pedidos, sendo que muitos também se encontram em situações precárias e urgentes. A família em questão efetuou um pedido também à GaiUrb, empresa municipal de Habitação de Vila Nova de Gaia - e está a ser acompanhada pelos serviços da Segurança Social de Gaia, sendo que não compareceram à primeira reunião agendada com a técnica responsável pelo seu processo", lê-se.
A autarquia, contudo, diz que "vai continuar a acompanhar o caso e a encetar esforços para encontrar um quarto que a família consiga arrendar enquanto aguarda por uma habitação".
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