Kaine, senador do estado de Virgínia, apresentou-se como um político extremamente experiente, tanto a nível local como nacional, e descreveu Clinton como uma líder capaz e de confiança, ao contrário do rival Trump. A ideia de Donald Trump como Presidente “assusta-nos de morte”, disse o senador.
Pence, governador do estado do Indiana, respondeu, apontando o dedo à ex-secretária de Estado: “Vimos zonas inteiras do mundo, particularmente no Médio Oriente, perderem o controlo. A situação a que assistimos, hora a hora, na Síria, hoje, é resultado das fracas políticas externas que Hillary Clinton ajudou a criar e liderar nesta administração”.
Os dois homens, que pouco falaram sobre si, interromperam-se repetidamente durante as acesas discussões acerca da declaração de impostos de Trump, segurança social e dívida pública, forçando a moderadora Elaine Quijano a intervir.
Em matéria de política externa, o republicano assegurou que “o Iraque foi invadido pelo Estado Islâmico porque Hillary Clinton não conseguiu renegociar” a presença das forças norte-americanas no país quando estava à frente da diplomacia dos Estados Unidos.
Durante o debate na Universidade de Longwood, em Farmville (Virgínia), os dois aspirantes à vice-presidência falaram sobre a Rússia, com Kaine a defender que, para mostrar firmeza perante Moscovo, é necessário “não elogiar” o seu líder, o “ditador” Vladimir Putin, enquanto o seu rival republicano prometeu “força” perante as “provocações” deste país.
Kaine recordou que Trump disse que Putin era “melhor líder” que o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Putin “é um ditador, não é um líder”, enfatizou o democrata, acusando o rival de confundir “liderança” com “ditadura”.
As “provocações” da Rússia devem ser respondidas com “força”, segundo Pence, que afirmou que, até agora, Moscovo “tem ditado as políticas dos Estados Unidos” em países como a Síria.
“A Síria está a colapsar”, alertou Pence, exigindo aos Estados Unidos que comecem a “demonstrar a sua liderança para proteger a população vulnerável de cidades como Alepo”.
Em assuntos domésticos, o governador republicano defendeu o seu candidato na questão dos impostos, dizendo que este usou o código fiscal “de forma brilhante”, não colocando a possibilidade de ter fugido legalmente ao pagamento de impostos durante 18 anos.
“As suas declarações mostram que passou por um momento difícil, mas usou o código fiscal da forma que é suposto ser utilizado, e usou-o brilhantemente”, sublinhou Pence.
Kaine, por seu lado, criticou Trump por “quebrar a sua primeira promessa” ao não divulgar a sua declaração de impostos.
O jornal The New York Times publicou no passado fim de semana que Trump pode ter evitado, de forma legal, pagar impostos federais durante 18 anos graças a uma declaração de perdas de 915,7 milhões de dólares em 1995.
O próprio candidato republicano admitiu que ser “um grande beneficiário” das “injustas” leis fiscais norte-americanas e considerou tê-las usado “brilhantemente” para seu proveito, mas prometeu alterá-las se for eleito.
Kaine, de 58 anos, e Pence, de 57, são cerca de dez anos mais novos que os nomeados presidenciais. Ambos têm filhos a servir no exército e são considerados mais religiosos que Clinton e Trump.
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