"Fingers crossed", foi assim, em inglês, que Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, se despediu do público que marcou presença no palco central da Web Summit, na Altice Arena, esta terça-feira. "Fingers crossed", ou, no bom português, "façam figas" por um título que o autarca quer ganhar a 27 de novembro, nomeadamente a eleição de Lisboa para Cidade Europeia da Inovação em 2024. No seu discurso, contudo, Moedas não esqueceu os problemas mais imediatos dos seus cidadãos, apesar da sua aposta na tecnologia ser clara para a capital nacional.
No que a esse setor diz respeito, a capital concorre com Lviv (Ucrânia) e Varsóvia (Polónia) para o tal título de Cidade Europeia da Inovação, mas a esperança de Carlos Moedas, como o próprio referiu, é muita.
"Já criámos mais de 10 mil empregos nos últimos anos na área da tecnologia em Portugal, nomeadamente desde a criação da Fábrica de Unicórnios, em Lisboa. Agora, no futuro imediato, que é já a 27 de novembro, queremos trazer para Lisboa o título de Capital da Inovação, queremos o prémio de um milhão de euros, para continuar a ajudar neste setor", começou por dizer o autarca, que também já traçou o futuro próximo de Lisboa no que a esta área diz respeito.
"A tecnologia tem de focar-se nos problemas do dia, temos de encontrar soluções para resolver problemas sociais, de saúde, etc. Por isso, o próximo passo de Lisboa é arranjar tecnologia para esses mesmos problemas. A tecnologia tem de ser isso, tem de saber moderar este tipo de problemas", referiu Moedas, salientando também que para "haver futuro, precisamos também de tecnologia para ajudar os políticos".
Apesar, então, da tal aposta tecnológica de Lisboa e da atração de talentos para a capital, Carlos Moedas referiu primeiro que é preciso "equilíbrio", sobretudo por parte da autarquia. "Temos de atrair talentos, mas temos de investir 10 ou 20 vezes mais em casas do que inovação. Por isso temos de criar um equilíbrio. Queremos talentos, mas também queremos que os polícias, bombeiros, professores, etc, tenham habitações a preços moderados", afirmou o presidente, que, ainda assim, não estranha que muitos talentos queiram viver na capital de Portugal.
"Se estão em Lisboa é porque se sentem bem, porque a maioria deles são engenheiros e podem estar a trabalhar de forma remota em todo o lado. O que lhes dizemos é que estar em Lisboa é estar em casa e infelizmente, por várias causas, não há muitas cidades assim em todo o mundo, por todos os tipos de problemas que existem. Ninguém diz que vem para Lisboa por causa do tempo e do custo de vida. Vêm pela diversidade de pessoas, é isso que me contam", concluiu.
Presente neste debate com Carlos Moedas esteve também o seu homólogo do Brasil, Eduardo Paes, que vai receber a edição da Web Summit em 2024. No seu discurso, elogiou Lisboa, que também o recebeu nestes dias. "Vamos usar Lisboa como inspiração para o que queremos fazer. Lisboa é uma inspiração para a América Latina. Nós queremos ser Lisboa amanhã.".
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