“Não temos motivos para ajustar a nossa postura nuclear estratégica, nem temos qualquer indicação de que a Rússia esteja a preparar-se para usar armas nucleares, de forma iminente”, explicou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Este esclarecimento surge um dia depois de comentários do Presidente Joe Biden, que avisou que o mundo está a enfrentar, pela primeira vez desde a Guerra Fria, o risco de um “apocalipse nuclear”.
Questionada sobre se o tom alarmista do Presidente se devia a novas informações obtidas pelos Estados Unidos, a porta-voz respondeu que não, durante uma breve sessão de perguntas e respostas a bordo do avião que transporta Joe Biden para uma viagem para o noroeste do país.
“Enfrentamos hoje a perspetiva de um ‘Armageddon’, desde Kennedy e da crise dos mísseis cubanos” em 1962, disse Biden, na quinta-feira, durante um evento de angariação de fundos em Nova Iorque, durante o qual defendeu que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, “não estava a brincar” quando ameaçou usar armas atómicas.
Perante a resistência ucraniana à invasão russa, alimentada pela ajuda militar ocidental, Vladimir Putin fez alusão à possibilidade de uso da bomba atómica, durante um discurso televisionado em 21 de setembro, mostrando-se pronto para recorrer a “todos os meios” no seu arsenal, na luta contra o Ocidente, que acusou de querer “destruir” a Rússia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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