De acordo com o The Guardian, um grupo de investigadores da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, descobriu que a incorporação de padrões em ziguezague nas paredes dos edifícios pode ajudar a diminuir a temperatura de edifícios superaquecidos.
Atendendo ao aquecimento do planeta e à consequente necessidade de arrefecer os edifícios, a equipa, liderada por Qilong Cheng, desenvolveu uma solução para redirecionar a energia solar para longe dos edifícios, sem consumir energia.
O projeto consiste numa parede estrutural, com uma série de saliências que criam um formato em ziguezague quando são vistas de lado.
“Com este tipo de design, podemos ter um prédio mais frio”, disse Cheng. “Então podemos reduzir o consumo de energia para arrefecer”, acrescentou. "As cidades estão a lidar com o aumento do calor, mas têm de evitar uma armadilha perigosa".
Esta configuração aproveita o arrefecimento radiativo, uma estratégia de arrefecimento passivo, que reflete a luz solar e emite radiação infravermelha de ondas longas através da atmosfera da Terra para o espaço sideral.
O design da parede em ziguezague cria superfícies que emitem calor na janela de transparência atmosférica, refletindo-o em vez de absorvê-lo. Estas saliências podem ajudar a reduzir a temperatura da superfície de um edifício até 3°C, em comparação com paredes planas, sem consumir qualquer tipo de energia.
Embora este método seja promissor para climas mais quentes, o mesmo pode aumentar a necessidade de aquecimento em regiões mais frias durante o inverno. Como solução, Cheng e os seus colegas propuseram um design adaptável com “barbatanas” articuladas, que podem ser levantadas no inverno para aumentar a absorção do calor e baixadas no verão para reduzi-la.
O arrefecimento radiativo atraiu a atenção dos especialistas na última década por ser uma forma energicamente eficiente de reduzir a temperatura.
Os edifícios são agora responsáveis por cerca de 40% do consumo global de energia, contribuindo para mais de um terço das emissões globais de dióxido de carbono. Uma fração significativa dessa energia vem do uso do ar condicionado. Inclusive, alguns cientistas já alertaram para a duplicação deste número até 2050, se o seu uso não for controlado.
Para também evitar que aconteça, a procura por soluções de arrefecimento que não dependam do consumo de energia tem sido cada vez maior. Pintar telhados de branco, por exemplo, para refletir a luz do sol tem-se revelado eficaz em superfícies horizontais.
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