“Quando se calhar outras forças esperavam que nós estivéssemos com os pneus em baixo, pelo contrário, nós estamos com os pneus mais cheios agora do que estávamos no início da campanha”, afirmou João Oliveira em declarações aos jornalistas no início de uma arruada no Barreiro, distrito de Setúbal.
O candidato disse estar confiante de que a CDU vai ser reforçada e considerou que a campanha da coligação “marcou de facto a diferença”, por ter tratado de temas como os salários, as reformas, a saúde, a habitação.
“Nós procurámos distanciar-nos das tricas, das guerras de alecrim e manjerona e de ofensas pessoais com que eles [outras forças políticas] procuraram pontuar a sua intervenção política. Nós não fazemos campanha dessa forma”, disse.
O cabeça de lista da CDU apelou a que o povo português vote na CDU, salientando que é necessário ter no Parlamento Europeu “uma voz em defesa da paz” e a favor dos salários, das reformas, da saúde ou da habitação.
“As sondagens dizem muita coisa, fazem muitas previsões, mas é o povo que decide no domingo. E o nosso apelo é ao povo português que não decida aquilo de que, depois, no dia 10, se pode arrepender, ou noutros dias. Vale mais eleger deputados da CDU do que seis ou sete deputados do PS ou do PSD”, disse.
Durante a arruada pelo centro do Barreiro, João Oliveira esteve acompanhado pelo secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, pela eurodeputada comunista Sandra Pereira e por vários ex-deputados do partido e do PEV, como Paula Santos, Bruno Dias, Duarte Alves ou Heloísa Apolónia.
A meio do trajeto, o candidato foi interpelado por uma senhora que lhe disse que vai votar na CDU, por considerar que é preciso aumentar os salários, salientando que o seu marido morreu na guerra colonial e que o vencimento que recebe atualmente “não dá para nada”.
Mais adiante, João Oliveira e Paulo Raimundo beberam, à semelhança do que a CDU faz sempre que vem ao Barreiro, um moscatel e comeram uns bolinhos numa banca montada pela CDU para os dois candidatos.
“Isto é para afinar o argumento final”, gracejou o líder do PCP, antes de fazer um brinde com João Oliveira e uma militante.
Neste mesmo local, em 2019, o então secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa, tinha dado 10 valores sobre 10 à campanha feita pelo o cabeça de lista da CDU dessa altura às eleições europeias, João Ferreira.
Passados cinco anos, a avaliação de Paulo Raimundo ainda é maior, apesar de admitir que possa deixar João Oliveira envergonhado: “De zero a dez, dou 12!”, disse, entre gracejos.
No final da arruada, Paulo Raimundo fez um forte apelo ao voto, salientando que o que está em causa é a eleição de 21 eurodeputados e não “quem é que vai ficar em primeiro” ou “o problema da governabilidade, da estabilidade”, o que considerou ser “uma falácia”..
O secretário-geral do PCP considerou ainda que é uma “aldrabice” a ideia de que as eleições vão opor “os que querem a Europa e os que não querem a Europa” – reiterando que a CDU quer salvar a Europa da injustiça e das desigualdades – e voltou a referir-se ao ‘ranking’ do jornal ‘online’ Politico que refere que os dois eurodeputados da CDU não votaram a favor de nenhuma resolução a condenar a Rússia, caracterizando-os como estando entre os “melhores amigos” de Moscovo.
“Querem falar de ‘rankings’? Falemos de ‘rankings’: estamos no número um de quem levantou o problema dos salários, das mulheres, o problema da agricultura, das pescas, da habitação (…) e estamos no número de sempre, e continuaremos a estar, na defesa intransigente da paz, da paz e da paz. Ninguém nos calará nesta batalha!”, garantiu.
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