“Francisco, olhos nos olhos também, agradeço as tuas palavras, reitero as minhas de que o meu lugar de líder parlamentar estará sempre à disposição do partido e, mais do que tudo, agradeço-te, do fundo do coração, a campanha que fizemos juntos”, afirmou a deputada perante o congresso.
Porém, na sua intervenção durante o debate das moções de estratégia global, Cecília Meireles, afirmou que tem de fazer “o melhor para o CDS e, acima de tudo, o melhor para Portugal” e assinalou que reconhece no companheiro de bancada João Almeida “a garra, a irreverência”.
“Mas também a capacidade de saber [que] com essa garra e com essa irreverência não se faz apenas discursos, ganha-se a credibilidade para ir à luta e tornar em realidade aquilo que nós defendemos”, salientou.
No discurso de apresentação da moção que apresentou ao 28.º Congresso do CDS-PP, o candidato à liderança Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que conta com Cecília Meireles à frente da bancada parlamentar e para representar a direção do partido na Assembleia da República, caso seja eleito.
O atual líder da Juventude Popular foi o número dois da lista pelo Porto nas eleições legislativas, círculo onde os centristas elegeram apenas uma deputada – Cecília Meireles.
Cecília Meireles lembrou que deixou “claro quase desde o primeiro dia em quem votaria”, e observou que participou “muito pouco” na campanha interna porque achou que a prioridade “tinha de ser a concentração absoluta naqueles portugueses [que], nesta altura tão difícil do CDS, confiaram” no partido.
“E sobretudo porque eu sei que elas não são um dado adquirido, a confiança delas é uma conquista pela qual nós temos que batalhar com todas as nossas forças, todos os dias”, afirmou.
A líder parlamentar quis dizer ao congresso “olhos nos olhos” que ouviu “muitas vezes muitas coisas” a que teve vontade de responder.
“Não vou falar das mais ‘hardcore’, mas é evidente que quem não se sente, não é filho de boa gente. E eu quando ouvi falar em cobardia, direita dos interesses instalados, direita cobarde, direita que pede autorização, direita que tem falta de ética, relativismo moral, quando ouço dizer que nós fazemos no partido o mesmo que os socialistas fazem no país, é evidente que eu tive vontade de responder”, elencou.
Apesar disso, Cecília Meireles justificou que não respondeu porque “há um tempo após o congresso, e nesse tempo todo o partido, unido, tem que estar lá fora a responder e a confrontar precisamente a esquerda e os socialistas”.
“E eu jamais, jamais, direi alguma coisa que possa uma dia ser usada contra nós […] Eu nem dentro do partido nem fora do partido, eu jamais farei como os socialistas”, frisou.
Também apoiante de João Almeida, o ex-ministro Pedro Mota Soares defendeu que o partido só pode sair da crise "juntando, unindo, somando": “João Almeida muda o que tens de mudar, renova o que tens de renovar. Segue o teu instinto político e ajuda a unir o CDS”, pediu.
Insurgindo-se contra os que falam numa "direita cobarde", Mota Soares recusou a crítica e afirmou que o CDS não foi cobarde quando, no governo, "quando ajudou a tirar Portugal da bancarrota, quando acima dos seus interesses colocou os interesses de Portugal", arrancando aplausos da plateía.
O líder regional madeirense, Rui Barreto, subiu ao palco para dizer que o partido pode e deve orgulhar-se de o partido ter chegado ao poder na Madeira e fez a defesa de o futuro líder estar no parlamento para “confrontar António Costa [primeiro-ministro] e pôr as ideias do CDS em prática”.
No caso, Barreto defende a candidatura de João Almeida, o único candidato a líder que é deputado.
Em defesa da moção entregue pelo candidato do líder da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, Hugo Nunes questionou os que dizem que os “trintões” não têm experiência para a política.
Para o advogado, se os jovens podem trabalhar e pagar impostos também podem estar na política: “Não precisamos da política, por isso é que a política precisa de nós”, disse, destacando que a moção “Voltar a acreditar” propõe a limitação de mandatos na Assembleia da República e nas autarquias.
"Francisco, vamos ao teu lado para onde tu quiseres", disse por seu lado, Carlos Vitória, que apresentou a moção de Miguel Matos Chaves, em defesa da eleição do líder por diretas.
O ex-líder da JP Miguel Pires da Silva subiu à tribuna para apoiar o candidato Filipe Lobo d`Ávila, considerando que o candidato manteve sempre "a coerência" e que "disse a verdade" sobre a situação do partido.
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