“Lisboa era a cidade da sua vida, apesar de nascida no Fundão, em 1923. E é essa mesma Lisboa que chora a morte da fadista, lembrando-a com saudade ‘na esquina da minha rua’. Como na canção”, lê-se no comunicado da autarquia.
Referindo-se à fadista, a edilidade escreve: “Não tinha medo de juntar a sua voz às vozes da nova geração”, e refere que “há poucos anos, num espetáculo em sua homenagem, que assinalou os seus 65 anos de carreira, cantou no Teatro São Luiz, com Camané, Fábia Rebordão, Hélder Moutinho, Jorge Fernando, Mafalda Arnauth, Raquel Tavares, Ricardo Ribeiro, além de Tim e Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés”.
No mesmo texto, o município sistematiza a carreira da fadista, salientando que se estreou em Lisboa, em 1945, que atuou no Brasil e Estados Unidos, entre outros países.
“Ao longo de mais de sete décadas, [Celeste Rodrigues] concretiza uma carreira de sucesso, que a levou das casas típicas de fado, em Lisboa, à rádio e televisão, aos palcos de dezenas de países” e “participou em mais de 60 discos”.
“A Lenda das Algas”, “Saudade, vai-te Embora” e “O Fado das Queixas” são os temas do seu repertório que o município destaca.
O documentário “Fado Celeste” (2010), de Diogo Varela Silva, vai ser exibido hoje às 21:53, na RTP, anunciou a televisão pública, que se refere a Celeste Rodrigues como “uma das mais reconhecidas fadistas da sua geração”.
“A vida e obra de uma artista que nunca deixou de cantar, e um exemplo para as gerações vindouras”, afirma a RTP.
“Ao longo do documentário vamos conhecer as histórias de Celeste Rodrigues e ver a alegria com que, aos 87 anos, interpretava os seus temas marcados pela sua singularidade e autenticidade. Um percurso de 65 anos de carreira recheado de boas memórias, onde a fadista partilha a riqueza de ter vivido uma vida inteira a fazer aquilo amava”, remata a mesma fonte.
Celeste Rodrigues, de 95 anos, morreu hoje, em Lisboa, e celebrizou fados como “Noite de Inverno” e “Pode ser Mentira”, tendo, ao longo de uma carreira de 73 anos, pisado os mais diferentes palcos, desde as casas de fado em Lisboa, ao antigo Casino da Urca, no Rio de Janeiro, ao lado da irmã Amália Rodrigues, do Teatro dos Campos Elísios, em Paris, ao Concertgebouw, em Amesterdão, ou ao Queen Elizabeth Hall, em Londres, entre outros.
A fadista Celeste Rodrigues era uma "lenda viva", para Madonna, mas foi Argentina Santos a reconhecer-lhe o segredo da voz, “uma caixinha de música [que tinha] na garganta”.
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