O Reino Unido cumpriu um minuto de silêncio em homenagem ao príncipe Filipe, hoje às 15:00, no início do seu funeral na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, residência real a oeste de Londres.
O minuto de silêncio decorreu enquanto a família real se reunia para o funeral do príncipe Filipe, que durante mais de sete décadas apoiou Elisabete II e a coroa.
Antes do início do cortejo, os guardas a cavalo e os guardas a pé assumiram as suas posições num canteiro de flores no Castelo de Windsor e foi o Grupo dos Granadeiros Reais, do qual o príncipe foi coronel durante 42 anos, o encarregado de liderar o cortejo, seguido pelos comandantes seniores do Exército.
O cortejo fúnebre que precedeu o serviço religioso teve a “assinatura” inconfundível do duque, tendo a sua forte ligação à instituição militar ficado evidente desde o início do cortejo.
A procissão ocorreu ao som da fanfarra dos Grenadier Guards, da qual Filipe foi coronel por 42 anos, refletindo o passado militar orgulhosamente carregado pelo duque de Edimburgo, que lutou na marinha durante a Segunda Guerra Mundial.
Coberto com o estandarte pessoal do duque de Edimburgo, com a sua espada, o seu chapéu da Marinha e uma coroa de flores, o caixão foi erguido para ser colocado na parte de trás de um Land Rover verde militar que o próprio príncipe ajudou a construir durante 16 anos.
Liderada por Carlos, o príncipe herdeiro da coroa, e pela sua irmã, a princesa Anne, a procissão – que a Rainha acompanhou no seu Bentley Real -, seguiu o caixão até a Capela de São Jorge, para o serviço religioso.
Na terceira fila do cortejo fúnebre, atrás dos filhos da Rainha e do príncipe Filipe, estavam os seus netos, William e Harry. Entre os dois irmãos, com relações tensas, estava o primo Peter Philips, filho da princesa Anne.
A escolha foi amplamente comentada na imprensa, à procura de qualquer sinal de reconciliação entre os dois filhos do príncipe Carlos.
Esta é a primeira vez, desde saída da monarquia e a partida para o outro lado do Atlântico, que o príncipe Harry encontrou a família real em público. Grávida do segundo filho, a mulher de Harry, Meghan Markle, permaneceu nos Estados Unidos a conselho do médico.
O ato solene, em escala reduzida devido à pandemia de covid-19, não teve sermão ou discursos de familiares ou amigos, tendo apenas usado da palavra o deão de Windsor e o arcebispo de Cantuária, numa intervenção com detalhes curiosos da vida do príncipe Filipe.
Entre os toques personalizados deste acontecimento fúnebre, em que se destacava a forte presença das Forças Armadas britânicas, viam-se no altar nove almofadas com as suas insígnias.
Entre as insígnias, medalhas e condecorações que lhe foram atribuídas pelo Reino Unido e países da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), estavam a da Real Força Aérea, da qual foi marechal, e das casas reais da Dinamarca e da Grécia, respetivamente, a Ordem do Elefante e a Ordem do Redentor, numa referência às suas origens.
Filipe, nascido na ilha grega de Corfu, em junho de 1921, era príncipe da Grécia e da Dinamarca.
A Rainha Isabel II, que completa 95 anos no próximo dia 21, sentou-se isolada na capela, vestida de preto, com chapéu, e a respetiva máscara, devido ao surto pandémico.
Os convidados, nomeadamente os quatro filhos do casal, romperam com a tradição que normalmente exige o uso de uniforme militar nos funerais reais.
Uma medida adotada pela monarca para evitar, aparentemente, que seu neto Harry, 36 anos, fosse excluído dessa etiqueta protocolar. O filho mais novo de príncipe Carlos e de Lady Diana (1961-1997), atual Duque de Sussex, perdeu os títulos militares o ano passado quando se afastou da família real, optando por uma vida independente e fora do Reino Unido, com a mulher, Meghan.
Os homens vestiram casaca preta, ostentando as respetivas medalhas e insígnias, enquanto as mulheres usaram roupa de cerimónia preta e chapéu.
Na cerimónia, com leituras bíblicas e canções religiosas, o duque foi descrito como um “homem gentil, com senso de humor e humano”, pelo deão de Windsor, David Conner, o único que falou além do arcebispo de Cantuária, Justin Welby.
“Fomos inspirados pela sua lealdade inabalável à nossa Rainha, o seu serviço à nação e à Commonwealth, a sua coragem, força e fé. As nossas vidas foram enriquecidas pelos desafios que nos apresentou, a coragem que nos deu, a sua bondade, humor e humanidade”, disse Conner numa rara referência pessoal no funeral do príncipe, como era seu desejo
O duque teve uma carreira distinta na Armada britânica e, apesar de ter deixado o serviço ativo em 1951, permaneceu muito ligado à vida militar durante sua vida pública, como consorte da rainha.
O caixão será depois colocado no “Royal Vault”, uma cripta onde permanecerá até que a rainha se junte a ele quando morrer.
Apesar de o público ter sido aconselhado a não se reunir fora das residências reais devido à pandemia, Windsor esteve cheio de curiosos e moradores locais com flores nas mãos.
[*Com Agência Lusa, notícia atualizada às 21:22]
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