“Temos aqui uma empresa e um setor que denunciou a contratação coletiva e, fruto dessa denúncia, temos assistido a um esmagamento completo dos salários e à retirada de direitos aos trabalhadores no setor das carnes”, disse à Lusa Tiago Oliveira, que se juntou ao protesto de dezenas de trabalhadores, que hoje cumprem uma greve de 24 horas da fábrica de carnes Izidoro, no Montijo, distrito de Setúbal.
“Os trabalhadores, que tinham direito a determinados valores que estavam na contratação coletiva, agora, fruto da caducidade e das opções políticas que têm sido seguidas desde 2003, através de um ataque concreto à contratação coletiva, até o direito às diuturnidades lhes foi retirado”, acrescentou.
Tiago Oliveira garante que os trabalhadores “vão continuar a lutar pelos seus direitos”, mas não antevê facilidades com o novo Governo da AD.
“Basta olhar para aquilo que é o programa do Governo que refere mais de 170 vezes a palavra `empresas´ e só 30 vezes na palavra `trabalhadores´. Obviamente que se vê logo para que lado é que está a pender o programa do Governo”, disse, salientando ainda que, em relação aos trabalhadores, o Governo condiciona tudo a um “aumento da produtividade das empresas”.
Os números oficiais da adesão à greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Setores Alimentar, Bebidas, Agricultura, Aquicultura, Pesca e Serviços (STIAC) na fábrica da Izidoro, ainda não são conhecidos, mas alguns trabalhadores admitem que poderá situar-se “perto dos 70/75%”.
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