“Assegurar a paz e o diálogo é a prioridade para preservar a democracia”, comentou ainda o presidente do Conselho Europeu, numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter.

Também através desta rede social, o Alto-Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, já reagira nos mesmos termos, no domingo à noite, ao golpe de Estado na Guiné-Conacri, condenando “a tomada de poder pela força” e apelando à “libertação imediata do Presidente Alfa Condé”.

“Convido todos os atores a aturarem no respeito pelo Estado de direito, no interesse da paz e pelo bem-estar da população” da Guiné-Conacri, escreveu o chefe da diplomacia europeia.

As forças especiais guineenses, lideradas pelo seu comandante, tenente-coronel Mamady Doumbouya, dizem ter capturado no domingo o chefe de Estado para pôr fim à “má gestão financeira, à pobreza e à corrupção endémica”, e ainda “à instrumentalização da justiça (e) ao atropelo dos direitos dos cidadãos”.

Ao colocar a nação da África ocidental de novo sob domínio militar, pela primeira vez em mais de uma década, a junta informou que os governadores provinciais do país seriam substituídos por comandantes regionais.

Foi instituído um recolher obrigatório noturno, e a constituição do país e a Assembleia Nacional foram ambas dissolvidas.

A junta militar recusou-se a revelar quando pretende libertar Condé, mas garantiu que o Presidente deposto, com 83 anos, tem acesso a cuidados médicos e aos seus médicos.

O líder dos golpistas na Guiné-Conacri prometeu hoje criar um “governo de unidade nacional” para liderar um período de “transição” política e assegurou que não haverá “caça às bruxas” contra o antigo Governo.

“Será aberta uma consulta para descrever as grandes linhas da transição, depois será instituído um governo de unidade nacional para liderar a transição”, afirmou Mamady Doumbouya num discurso, sem especificar a duração da consulta ou da transição.

A tentativa de golpe de Estado foi já condenada pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que exigiu também a “imediata” e “incondicional” libertação do Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, e o mesmo fez a União Africana e também a França.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também já condenou “qualquer tomada de poder pela força das armas”.

A Guiné-Conacri, país da África Ocidental que faz fronteira com a Guiné-Bissau, é um dos mais pobres do mundo e enfrenta, nos últimos meses, uma crise política e económica, agravada pela pandemia de covid-19.

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