Os diretores da CIA, William Burns, e da Mossad israelita, David Barnea, "viajarão para Doha na quarta-feira", afirmou a fonte, acrescentando que os dois vão encontrar-se com o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani.

Os mediadores internacionais — Qatar, Estados Unidos e Egito — têm negociado nos bastidores há meses para alcançar um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas.

Barnea estava em Doha na sexta-feira e, após o seu regresso, Israel anunciou que uma delegação voltaria ao Qatar esta semana. Também se espera que o Egito realize reuniões esta semana.

A fonte, que falou sob condição de anonimato, declarou que as conversas na capital do Qatar estão focadas na "transição de um cessar-fogo inicial para um período de calma mais duradouro".

Segundo um representante palestiniano, mediadores egípcios também devem participar nas conversas em Doha, onde a delegação do Hamas será liderada por Khalil al-Hayya.

Entre vários pontos de divergência, o responsável citou o facto de Israel "vetar a libertação de 100 prisioneiros palestinianos" das suas prisões, "incluindo vários altos líderes do Hamas, Fatah, Jihad Islâmica e Frente Popular".

O Hamas, acrescentou, "exigiu que os mediadores se comprometam com a completa retirada israelita da passagem de Rafah e do corredor de Philadelphi", localizados entre o sul de Gaza e o Egito, "na quinta semana" do cessar-fogo, se este entrar em vigor.

"Há outros pontos (...) relacionados ao regresso dos deslocados do sul da Faixa de Gaza à Cidade de Gaza e ao norte" do território palestiniano, acrescentou.

A perspectiva de uma trégua em Gaza tem sido foco de um acordo progressivo elaborado pelos mediadores há meses, o qual começaria com um cessar-fogo.

Um alto funcionário do Hamas afirmou no domingo que o movimento já não exige um cessar-fogo permanente para iniciar negociações sobre a libertação de reféns israelitas.

"Enquanto o Hamas mostra flexibilidade e otimismo para facilitar a conclusão de um acordo (...) [o primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netanyahu continua a colocar novos obstáculos às negociações", "intensificando a sua agressão" contra Gaza, acusou o movimento nesta segunda.

Netanyahu reiterou que continuará a guerra até a destruição do Hamas e a libertação de todos os reféns.