A informação foi anunciada hoje pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, em conferência de imprensa em Bruxelas, no final de uma reunião extraordinária com os seus homólogos da EU.

Santos Silva indicou que “este pacote alarga a lista de personalidades, de pessoas singulares e de entidades russas objeto de sanções, estendendo-a ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, assim como ao primeiro-ministro, da Defesa que já estava incluído, ao ministro dos Negócios Estrangeiros e ao ministro do Interior”.

De acordo com o chefe da diplomacia portuguesa, no caso de Putin e de Lavrov, está em causa o “congelamento dos seus respetivos ativos financeiros”.
Este é um segundo pacote de sanções maciças, decidido pelos 27 face à invasão da Ucrânia, após um primeiro adotado formalmente na quarta-feira. Desse primeiro pacote, constava o nome do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

Decisão de sancionar Putin e Lavrov é “passo importante” na resposta da UE

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) classificou hoje como um “passo importante” o acordo europeu para sancionar o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, após a invasão russa da Ucrânia.

“Adicionámos hoje à lista [de sanções] o Presidente Putin e o Ministro dos Negócios Estrangeiros Lavrov, o que é o resultado final da discussão de hoje e não foi concluído ontem no Conselho Europeu, tendo sido decidido hoje pelos embaixadores e pelos ministros após as intensas discussões que tivemos”, afirmou Josep Borrell.

Falando em conferência de imprensa após uma reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE que decorreu hoje à tarde, para aprovar um novo pacote de sanções à Rússia, o chefe da diplomacia europeia vincou que “o Presidente Putin e o ministro dos Negócios Estrangeiros Lavrov estão, assim, na lista de pessoas sancionadas, juntamente com os restantes membros [do regime russo] que apoiam esta agressão ucraniana, como da Duma [câmara baixa do parlamento russo] e também do Conselho Nacional de Segurança russo”.

Nesta que foi a terceira reunião numa semana dos responsáveis pela diplomacia dos 27 do bloco comunitário, foi então dado “um passo importante”, vincou o responsável espanhol.

Josep Borrell referiu que, nesta nova lista de sanções, estão também incluídas “26 pessoas ligadas ao mundo financeiro russo, que suportam o governo para avançar com os eventos que estão a ter lugar na Ucrânia”.

Assente ficou ainda que a UE irá “explorar todas as possibilidades e elas serão adotadas, dependendo do comportamento russo e dependendo também da possibilidade de tomar medidas mais restritivas”, adiantou o representante, embora ressalvando que “não haverá um terceiro pacote nas próximas horas”.

Os chefes da diplomacia da UE chegaram hoje a acordo para sancionar o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, com congelamento de ativos financeiros, após a invasão da Ucrânia.

A lista abrange também medidas restritivas para membros do Conselho de Segurança Nacional russo, bem como sanções financeiras e limitação aos vistos para atingir a elite russa.

Este é um segundo pacote de sanções maciças, decidido pelos 27 face à invasão da Ucrânia, após um primeiro adotado formalmente na quarta-feira.

Do primeiro pacote, constava o nome do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, bem como cerca de 350 membros do parlamento russo.