“Se os Estados Unidos persistirem” nesta visita […] terão de “assumir todas as consequências”, afirmou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian.
A China já tinha anunciado, há uma semana, que iria adotar medidas “fortes e determinadas” caso Pelosi visitasse Taiwan, a ilha reivindicada por Pequim apesar de operar como entidade política soberana.
A visita “minaria gravemente a soberania e a integridade territorial da China e teria grave impacto na base política da relação entre a China e os Estados Unidos, ao enviar um sinal muito errado às forças independentistas de Taiwan”, disse, na altura, Zhao Lijiang.
“Caso os EUA insistam em seguir o caminho errado, a China vai tomar medidas fortes e decididas, visando salvaguardar a sua soberania e integridade territoriais”, acrescentou.
O exército dos Estados Unidos avançou hoje que está a preparar um reforço da segurança caso a líder do Congresso norte-americano concretize a visita a Taiwan em agosto.
Fontes do Pentágono disseram à agência Associated Press que os militares norte-americanos aumentarão o movimento de forças e equipamento na região do Indo-Pacífico.
Caças, navios, equipamento de vigilância e outros sistemas militares poderiam ser usados para proteger tanto o voo de Pelosi para Taiwan como qualquer deslocação, já em terra, da segunda figura do Estado norte-americano.
As mesmas fontes sublinharam que os Estados Unidos já têm forças significativas espalhadas por toda a região, que terão que estar preparados para qualquer incidente, seja no ar ou no solo.
A notícia da visita foi avançada pelo jornal britânico Financial Times, que adiantou que Pelosi está a preparar fazer a viagem no próximo mês.
A confirmar-se, será a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano ao território de Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para abril passado, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19.
A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único Governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé.
No entanto, os Estados Unidos continuam a ser o maior aliado e fornecedor de armas de Taiwan.
A ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente em 1949, assume-se como República da China, e funciona como uma entidade política soberana. No entanto, Pequim considera-a uma província sua e ameaça usar a força caso declare independência.
Nos últimos dias, Pequim também aumentou a retórica sobre as vendas de armas feitas pelos Estados Unidos a Taiwan e exigiu o cancelamento de um acordo no valor de cerca de 108 milhões de dólares, que aumentaria as chances de sobrevivência das forças armadas da ilha nunca eventual guerra contra a China.
A China tem o maior exército permanente do mundo, com uma Marinha cada vez mais sofisticada e milhares de mísseis apontados para os 180 quilómetros de largura do Estreito de Taiwan.
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