Numa carta enviada aos trabalhadores, a que a agência Lusa teve acesso, Paulo Fernandes diz que o projeto da Cofina passa “por manter as linhas editoriais dos diferentes meios de comunicação social que detém, bem como todos os profissionais que estejam dispostos a colaborar neste novo projeto”.
A Cofina SGPS anunciou hoje que chegou a acordo com a espanhola Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, valorizando a empresa em 255 milhões de euros.
“Após um intenso período negocial, foi concluído um importante passo no sentido de assegurar o desenvolvimento e o crescimento da empresa e a sua sustentabilidade futura”, refere o responsável, especificando que os ativos detidos pela Cofina terão uma ampla complementaridade com os ativos detidos pela Media Capital, partilhando valores como a independência, a total autonomia das linhas editoriais dos diversos meios, e a sustentabilidade financeira.
“Esta aquisição garante a existência de um grupo de media independente e capaz de reforçar o papel que os media têm enquanto pilar essencial à vida de uma sociedade democrática”, lê-se ainda no documento.
No que diz respeito à atividade de produção, segundo Paulo Fernandes, “o caminho passará por intensificar a criação de conteúdos de perfil exportador, tendo em vista a transposição para a legislação nacional da designada ‘diretiva Netflix’”.
“O novo Grupo Cofina constituir-se-á como uma plataforma capaz de assegurar aos portugueses uma oferta diversificada de conteúdos de informação e entretenimento, através da imprensa escrita, televisão e rádio, seja ‘offline’ ou ‘online’”, reforça.
Caso a aquisição venha a ser aprovada pelos reguladores, o seu financiamento estará assegurado através de crédito bancário já aprovado e da realização de um aumento de capital, como foi hoje comunicado ao mercado.
“Excluindo a percentagem do capital em ‘free-float’ [capital disperso], o aumento de capital está garantido em mais de 50% pelos atuais acionistas de referência, sendo, no entanto, possível que entrem novos investidores com posições qualificadas”, explica o líder da Cofina.
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