A garantia foi dada por António Vila Nova, presidente do grupo, numa reunião com a presença dos funcionários e dos responsáveis das duas sociedades, na qual foram apresentadas as ambições da empresa para o equipamento.
"Somos pessoas de palavra e precisamos das 200 pessoas que cá trabalham e, no futuro, talvez de mais. Será um projeto de continuidade, porque o que foi feito até aqui está bem executado. Um hospital desta dimensão precisa de todos", disse António Vila Nova, escusando-se a avançar os números envolvidos no negócio.
Antes da concretização deste acordo com o grupo Trofa Saúde, o responsável do HSB, o empresário da Póvoa de Varzim Manuel Agonia, assinou um contrato-promessa de compra e venda da unidade com a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, o que acabou por não se concretizar.
Manuel Agonia garantiu que a situação dará lugar a uma indemnização à instituição vila-condense.
"Confirmo que houve um contrato-promessa de compra e venda. A Misericórdia deu-me, há 15 dias, 1,5 milhões de euros e tem agora, à sua conta, com aviso de receção, três milhões de euros. Significa que neste período de 15 dias ganhou 1,5 milhões de euros", revelou o empresário.
O fundador do HSB adiantou que o anterior acordo com a Misericórdia de Vila do Conde contemplava o pagamento de uma verba, não divulgada, durante um prazo de 27 anos, com um período de carência de cinco anos, considerando que conseguiu melhores condições com o grupo Trofa Saúde.
Da parte do grupo nortenho, António Vila Nova confirmou o conhecimento desse pré-acordo com a Misericórdia de Vila do Conde durante o processo de negociação, que liderou, mas não considerou que tal fosse um entrave para o acordo firmado com os responsáveis do HSB.
"Houve um contrato assinado num determinado contexto, mas que uma das partes resolveu alterar durante o percurso, cumprindo o que estava previsto com a desistência do negócio. É normal que tal possa acontecer quando, durante os processos, se encontram outras soluções. Não fomos nós que negociámos esse contrato, mas não o consideramos impeditivo para o nosso acordo", vincou o responsável do grupo Trofa Saúde.
Numa reação a este assunto, a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, através de um comunicado assinado pelo provedor, Arlindo Maia, disse "lamentar o comportamento de Manuel Agonia" e, igualmente, "que um grupo português de saúde, não obstante ter conhecimento da existência do contrato celebrado com a instituição, tenha aceitado negociar e concluir o negócio".
A instituição de solidariedade social considerou que "foi um dia triste para todos aqueles que acreditam nos valores e missão defendidos pela Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde", garantindo que, gorado este negócio, irá avançar para a construção de uma nova unidade de saúde.
"O processo de construção de um novo Hospital da Santa Casa Misericórdia de Vila do Conde, que face a este processo negocial ficou suspenso, será de imediato retomado de modo a proporcionar a toda a população de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim melhores condições de acesso aos serviços de saúde, adequados às suas necessidades", informou a instituição do distrito do Porto.
Os Hospitais Senhor do Bonfim, inaugurados em 2014, surgiram num investimento do empresário da Póvoa de Varzim Manuel Agonia, que aplicou na construção do maior hospital privado do país mais de 100 milhões de euros.
Nos últimos anos, a unidade estava a atravessar alguns problemas financeiros, que colocavam em risco o funcionamento do hospital e a manutenção dos postos de trabalho.
Com a aquisição da maior parte do capital social do HSB, que já está concretizada, o grupo Trofa Saúde passa a ter 11 unidades de saúde em Portugal, contando, até ao final de 2019, ampliar para 15 hospitais.
O grupo já assumiu hoje a administração do Hospital Senhor do Bonfim.
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