Ana Nicolau foi hoje condenada pelo Tribunal de Lisboa a seis meses de prisão substituídos por uma multa de 1.440 euros, pelo crime de perturbação de funcionamento de órgão constitucional, quando, a 11 de março de 2015, no plenário da Assembleia da República interrompeu a intervenção do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho pedindo que se demitisse devido às dívidas que este tinha acumulado à Segurança Social entre 1999 e 2004.
Depois de ser condenada, Ana Nicolau colocou um comentário no seu mural do Facebook a dar conta da condenação, o que gerou uma onda de solidariedade no sentido de os cidadãos contribuírem para o pagamento dos 1.440 euros.
Jorge Silva Melo, diretor Dos Artistas Unidos, é uma das pessoas que se solidarizou com a ativista dos Precários Inflexíveis, tendo partilhado o comentário de Ana Nicolau com a seguinte frase. “Vamos ser nós a pagar, sim? Esta mulher defendeu-nos. Não quero que seja ela a pagar por nos ter defendido. Combinado?”
Além de em pouco mais de duas horas, o comentário da ativista contar com 31 partilhas, há um sem número de pessoas que se mostra disponível para ajudar a custear a multa.
Na leitura da sentença, o juiz José Lopes Barata elogiou o “empenhamento” de Ana Nicolau que não pôde absolver por esta ter tido um comportamento ilícito.
“Felizmente que já começam a surgir mais pessoas [como a Ana]”, disse numa alusão à cidadania empenhada da ativista.
No final do julgamento, nem Ana Nicolau nem a sua advogada, Ana Rita Castanheira Neves, prestaram declarações aos jornalistas, alegando terem necessidade de ler a sentença na totalidade.
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