Composto por 47 estados membros, o Conselho de Direitos Humanos da ONU não se reúne frequentemente em sessão extraordinária e, desde a criação do órgão das Nações Unidas, em 2006, ocorreram apenas 26 reuniões especiais.
Para que o Conselho de Direitos Humanos da ONU reúna extraordinariamente é necessário que o pedido seja subscrito pelo menos por um terço dos países membros, ou seja, 16.
O pedido de realização de sessão especial relativa à “situação dos direitos humanos dos muçulmanos rohingyas e de outras minorias no estado de Rakhine”, na Birmânia (atual Myanmar), foi apresentado hoje pelo Bangladesh, país com fronteira terrestre com a nação birmanesa, e pela Arábia Saudita.
A petição contou com o apoio de mais 73 países, explicou o porta-voz do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Rolando Gomez, numa mensagem.
Destes 73 estados, 33 são membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU, como a Bélgica, a Alemanha, o Japão, a Tunísia, o reino-Unido e os Estados Unidos.
Em 20 de novembro, 35 organizações não-governamentais, entre as quais a Amnistia Internacional e a Federação internacional das ligas dos direitos do homem apelaram à comunidade internacional para organizar uma reunião de urgência no Conselho de Direitos Humanos da ONU com a crise dos rohingyas na Birmânia em agenda.
Dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgadas hoje, cerca de 836 mil muçulmanos rohingyas vivem em condições insalubres nos acampamentos de tendas no sul do Bangladesh.
De entre aquele universo, cerca de 624.000 fugiram de Rakhine, onde a polícia e militares birmaneses intervieram.
A ONU considera esta crise como “um caso clássico de purificação étnica”.
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