Dirigente de uma fação no grupo parlamentar a favor do ‘Brexit’, o European Research Group (ERG), Rees-Mogg vai enviar a carta à comissão interna que gere o processo, indicou hoje à saída do parlamento.
Em causa está a oposição ao projeto de acordo de divórcio que May negociou com a União Europeia (UE), porque não concretiza um imediato corte com a união aduaneira e regras europeias.
Rees-Mogg disse que está apenas a seguir “os procedimentos do partido Conservador quando as políticas que são apresentadas não respeitam as promessas feitas aos eleitores” e sugeriu os ex-ministros Boris Johnson ou David Davis como potenciais sucessores.
O deputado Jacob Rees-Mogg, eurocético e apologista de um ‘Brexit’ mais drástico que corte as relações estreitas com a União Europeia, tinha ameaçado a primeira-ministra esta manhã, alegando que pensava fazê-lo porque “aquilo que diz e aquilo que faz já não correspondem”.
O deputado, que garantiu não ser candidato a líder, rejeitou que este seja um “golpe”, e reiterou que o acordo alcançado “não concretiza o ‘Brexit'”.
“O que precisamos é de um líder que diga à União Europeia que é impossível dividir o Reino Unido, é impossível concordar com uma situação que perpetua uma união aduaneira e é impossível pagar 39 mil milhões de libras de dinheiro dos contribuintes por algumas promessas (…) e é impossível aceitar a continuação da jurisdição do Tribunal Europeu de Justiça”, justificou.
Para uma moção de censura dentro do partido Conservador ser ativada pela Comissão 1922, que gere o processo de eleições internas do partido Conservador, tem de ser subscrita por 48 deputados conservadores, equivalente a 15% do grupo parlamentar de 315 deputados.
Se 159 dos 315 deputados conservadores não mostrarem confiança na líder dos “tories”, é desencadeada uma eleição para a liderança, mas se resistir, May fica imune durante um ano a nova contestação interna.
Estima-se que o ERG tenha cerca de 60 membros.
Desafiada hoje no parlamento pelo trabalhista Mike Gapes se admitia “afastar-se” para dar lugar a alguém que possa “levar o país para a frente com a unidade,” a primeira-ministra respondeu com um lacónico: “Não”.
Um porta-voz oficial de May assegurou à imprensa que May espera continuar a liderar o governo quando o Reino Unido deixar a União Europeia, em 29 de março de 2019, e garantiu que iria resistir a uma possível moção de censura.
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