“O que o nosso trabalho mostra é que, dependendo do número de calorias que ingerimos, mais do que a qualidade da dieta, a quantidade de elementos, tem a capacidade de influenciar a virulência do parasita”, que se reproduz mais quando o hospedeiro come mais calorias.

A conclusão é que a probabilidade de morrer é menor se se consumir menor quantidade de nutrientes.

A equipa de Maria Manuel Mota, conseguiu descobrir qual é a molécula que funciona como “sensor” para o parasita e lhe permite conhecer o estado nutricional do hospedeiro.

O objetivo último será conseguir produzir fármacos que atuem sobre a molécula e consigam uma versão “atenuada” da doença.

Maria Manuel Mota afirmou ainda que outros parasitas como o tripanossoma, responsável pela doença do sono em África e a doença das chagas no Brasil, tem o mesmo tipo de sistema que o da malária.

O Plasmodium falciparum, o parasita que provoca o tipo mais grave de malária, mata uma criança a cada minuto que passa e, embora a maior parte das pessoas sobreviva, há 200 milhões de novas infeções anualmente.

O parasita da malária divide-se dentro dos glóbulos vermelhos do sangue e, como há uma “alarmante tendência global de obesidade, inclusivamente em regiões endémicas de malária”, como África, o estudo vem alterar a visão sobre “a dinâmica de uma infeção de malária”, segundo a investigadora.