A visita de João Cotrim de Figueiredo ao certame, que abriu no dia 29 de maio e encerra a 16 de junho, foi produtiva, não só para a sua biblioteca pessoal, mas principalmente para a dos adversários e nenhum foi esquecido.

O primeiro presenteado foi Sebastião Bugalho, para quem Cotrim de Figueiredo comprou “A Economia numa Lição”, de Henry Hazlitt, justificando a escolha com o facto de o candidato da AD não perceber o suficiente de economia, crítica que já havia feito na sexta-feira à tarde, depois de uma visita a uma empresa de moldes em Leiria.

“É [livro] bastante bom”, atirou o candidato liberal a eurodeputado.

Considerando que Marta Temido do PS “ainda não conhece as suas próprias ideias para a Europa”, o primeiro da lista da IL optou por lhe oferecer a “Enciclopédia da União Europeia”, de Ana Paula Brandão, Francisco Pereira Coutinho, Joana Rita de Sousa Covelo de Abreu e Isabel Camisão.

“Ela não conhece as suas próprias ideias sobre a Europa. Há coisas que se conseguem compensar com o tempo, mas seria de esperar que nesta altura soubesse um pouco mais”, fundamentou.

Apesar de “abrir os cordões à bolsa”, Cotrim de Figueiredo decidiu poupar no Chega e PCP oferecendo a Tânger-Corrêa e João Oliveira, respetivamente, o mesmo livro “A Conspiração do Kremlin”, da autoria de Joel C. Rosenberg.

Questionado sobre o porquê desta escolha, o candidato a eurodeputado disse que conspiração é “uma coisa que parece que assiste a Tânger-Corrêa”, candidato que esta tarde vai, à semelhança de Cotrim de Figueiredo, estar na Feira do Livro.

“Para o PCP, tenho um livro que é exatamente o mesmo, porque eu acho que o Chega e o PCP têm tanta coisa em comum, não admira que alguns dos eleitores se troquem”, explicou.

Já para Catarina Martins, do BE, com quem desde o arranque da campanha oficial têm trocado críticas sobre o posicionamento daquele partido relativamente à Ucrânia, o liberal adquiriu “Capitalismo e Liberdade”, de Milton Friedman.

Segundo Cotrim de Figueiredo, este livro vai ser útil à ex-líder do BE porque ela “ainda não percebeu muito bem como é que funciona não só o liberalismo, mas a sociedade como um todo”.

Para os restantes adversários, especificamente para o Livre e o PAN, o cabeça de lista da IL às europeias garantiu que lhes iria enviar umas sugestões via informática para poupar papel.

“Preocupações ambientais”, sublinhou.

As compras de Cotrim de Figueiredo, que confidenciou gostar muito de ler, não se cingiram aos adversários tendo, também, aproveitado para fazer algumas para si.

“Muitas coisas que eu uso hoje na política foram coisas que li quando era mais jovem”, assumiu.

O cabeça de lista da IL ressalvou que há portugueses que acham que a história não se repete e que apaziguar tiranos é uma boa ideia, mas não é, reforçou.

Numa pausa no `stand´ da Zigurate, o liberal comprou “Na Cabeça de Xi”, de François Bougon, deixando de lado opções como “Na Cabeça de Pedro Nuno” (secretário-geral do PS) e “Na cabeça de Montenegro” (presidente do PSD e primeiro-ministro).

Em jeito de brincadeira, Cotrim de Figueiredo afirmou que estas duas últimas opções não são muito atrativas.