Em declarações à agência Lusa depois de ter sido conhecido que a Iniciativa Liberal (IL) terá eleições antecipadas em dezembro, Cotrim Figueiredo explicou que a decisão de não recandidatar foi pessoal e “feita com base numa leitura política e sem qualquer ligação com eventos internos do partido”.
“Vou continuar como deputado depois de dezembro”, respondeu, quando questionado sobre a continuidade na Assembleia da República depois de deixar a liderança liberal.
Sobre a possibilidade desta saída inesperada poder prejudicar o partido eleitoralmente, o ainda presidente da IL assumiu que há esse risco, mas ressalvou que aquilo que os liberais têm “feito particularmente bem em política envolveu sempre um grau de risco”.
“Não fugimos desse risco e da necessidade de tomar decisões corajosas, agora gostaríamos que esta decisão também fosse vista como uma forma de desligar a qualidade das ideias que estão no espaço público da popularidade dos protagonistas que lhes dão voz”, disse.
Cotrim Figueiredo assumiu não ser “vulgar num partido estabilizado, com um líder com alguns sucessos eleitorais recentes e com popularidade se proponha não continuar em funções”, mas garantiu que “a razão tem a ver com uma análise política, objetiva” para “resolver dois problemas”.
“Achei que era esta a altura, a única altura aliás, onde conseguia resolver os dois problemas porque encurtando o mandato da comissão executiva resolvia o problema da sincronização dos mandatos dos órgãos internos e antecipando a não recandidatura acabo por dar à nova liderança que vier a seguir destas eleições de dezembro mais tempo para se preparar, para se tornar notada, para se tornar notória e portanto poder fazer as ideias liberais ir mais longe possível”, sintetizou.
Questionado sobre a candidatura já anunciada do deputado Rui Rocha à liderança da IL, considerou que o candidato tem “as qualidades políticas” que considera “necessárias e importantes para a fase seguinte da IL”.
Sobre se se vai manter distante em termos de apoios nesta corrida à sua sucessão, Cotrim Figueiredo disse que isso “depende das candidaturas que tiverem em presença”.
O liberal defendeu que, apesar de não ser frequente, os portugueses talvez se devessem habituar à análise política de alguém que “vê que não é a pessoa ideal para fazer determinado tipo de abordagens políticas à oposição, mais combativas, mais populares, mais abrangentes a nível nacional”.
“Reconheço as minhas limitações e portanto acho que há pessoas no partido com mais capacidade de o fazer”, admitiu.
Rui Rocha, deputado e membro da comissão executiva da IL, anunciou hoje à Lusa que é candidato à liderança do partido nas eleições antecipadas de dezembro.
A VII Convenção Nacional vai realizar-se em dezembro e antes desta antecipação de eleições para a comissão executiva hoje anunciada ia apenas eleger os membros do conselho nacional, do conselho de jurisdição e do conselho de fiscalização uma vez que os calendários estavam desfasados.
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