Filinto Lima disse esperar que a decisão do governo seja anunciada “no mais curto espaço de tempo possível” e considerou que a situação, em termos de computação, é já melhor do que no ano anterior, depois de terem sido entregues 100.000 computadores para alunos do ensino secundário, priorizando os abrangidos pela Ação Social Escolar.
“Nesse sentido estamos melhor e também reconheço que alguns pais, prevenindo aquilo que vai acontecer a partir do dia 08, já se precaveram e foram comprando computadores”, disse o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
No entanto, a promessa do primeiro-ministro, António Costa, está “muito longe de ser cumprida”, sublinhou Filinto Lima.
“Em abril, (o primeiro ministro) disse que tinha 400 milhões para gastar em material digital e que no arranque do ano letivo cada aluno iria ter um computador. Ora isso não se passou!”, apontou o dirigente associativo.
De acordo com Filinto Lima, à semelhança do que aconteceu no ano passado, verifica-se novamente um movimento de apoio por parte dos autarcas e associações de pais que têm computadores e emprestam aos alunos, bem como algumas organizações da sociedade civil.
A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Emília Brederode Santos, alertou esta semana no parlamento que o problema tecnológico neste setor não se coloca apenas no número de computadores, mas também da aptidão para usar os equipamentos por parte de professores e alunos. Apontou igualmente a insuficiência da conexão à internet.
Filinto Lima confirmou esta apreciação, afirmando que se verifica especialmente nas regiões do interior e notando que cria desigualdades.
No entanto, observou, as desigualdades do ensino à distância passam também pela falta de condições que muitos alunos têm em casa para estudarem, sejam físicas ou emocionais.
Ainda no campo tecnológico, o presidente da ANDAEP defendeu a atribuição temporária de computadores aos professores, bem como de ligação à internet, uma vez que há famílias inteiras a trabalhar em casa.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou na quarta-feira, no programa "Circulatura do Quadrado" na TVI-24, que não acredita que as aulas presenciais possam ser retomadas no espaço de 15 dias face à evolução da situação epidemiológica do país e adiantou que a alternativa será o ensino "online".
"Não acredito que daqui a 15 dias se regresse ao ensino presencial", declarou o líder do executivo, que também adiantou que o Governo não repetirá a medida que tomou na sexta-feira passada no sentido de decretar uma interrupção no ano letivo, com compensações nos períodos tradicionais de férias.
"Por isso, devemos retomar o ensino online", admitiu António Costa.
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