O primeiro-ministro anunciou hoje que, até ao 9.º ano, todo o terceiro período prosseguirá com ensino à distância, com avaliação, mas sem provas de aferição nem exames, mantendo-se os apoios às famílias com filhos menores de 12 anos.
António Costa adiantou que, "de modo a ter o alcance mais universal possível, estas emissões diárias [de ensino à distância] serão transmitidas, a partir do dia 20, no canal RTP Memória, que é acessível não só por cabo ou satélite, mas também através da TDT".
As aulas através da televisão, neste caso da RTP Memória, foram a via encontrada pelo Ministério da Educação para ultrapassar os constrangimentos resultantes das medidas para evitar a propagação da pandemia covid-19.
A marca escolhida para esta iniciativa, que resulta num "desafio tremendo" para toda a equipa envolvida, é #EstudoEmCasa, referiu à Lusa o diretor da RTP Memória, Gonçalo Madaíl.
"A RTP avançou com esta iniciativa em parceria com o ministério e está a assumir toda a produção e gestão logística e o acolhimento, com cenário preparado, e o fornecimento de dispositivos para acessibilidade", salientou Gonçalo Madaíl, acrescentando: "Estamos preparados, se necessário, para durar o equivalente a todo o terceiro período".
A escolha da RTP Memória para transmitir as aulas deveu-se ao facto de o canal estar presente quer na televisão digital terrestre (TDT) quer no cabo.
"Abraçamos logo aqui o mercado televisivo no seu todo, com a particularidade de na TDT as emissões terem de ser acompanhadas em direto", uma vez que esta plataforma não tem a funcionalidade de gravação automática, ao contrário do que acontece no cabo, prosseguiu.
Além disso, "está a ser criada uma plataforma digital", onde os conteúdos das aulas ficarão disponibilizados e podem ser acedidos, adiantou.
"A RTP tem sempre as suas emissões em simultâneo com a RTP Play", pelo que está a ser trabalhada uma plataforma equivalente para #EstudoEmCasa, disse o diretor da RTP Memória.
Assim, "fica coberto o pleno do ponto de vista do dispositivo, para que ninguém fique sem acesso", acrescentou o também subdiretor da RTP1 e diretor do Centro de Inovação da RTP.
Sobre a duração de tempo em que o canal vai estar ocupado com aulas, Gonçalo Madaíl não adiantou detalhes sobre os horários finais.
O desenho criativo do canal #EstudoEmCasa, tal como o grafismo e a identidade televisiva foi desenhada pela equipa da RTP Memória e do Centro de Inovação, referiu.
"É um desafio tremendo preparar isto tudo com as entidades todas, seguindo todos os procedimentos, através de teletrabalho", salientou o responsável.
Questionado sobre quanto tempo levou a montar este projeto, o diretor da RTP Memória afirmou: "Diria que, intensamente, foram duas semanas e meia a trabalhar" e isto só foi possível "com muito espírito de missão e uma carga emocional muito grande".
Do lado da RTP, a preparação do canal público de aulas à distância por via televisiva envolve "pelo menos 50 pessoas com funções várias", disse.
Quanto a investimento, Gonçalo Madaíl remeteu para mais tarde a sua divulgação.
Em termos de expectativa, "a primeira é garantir que os conteúdos que chegam a casa cumprem exatamente as expectativas que o ministério precisa, que os professores precisam e, do nosso ponto de vista, uma entrega técnica imaculada", salientou.
Aliás, esta iniciativa "obrigou a novos métodos de emissão" da parte da RTP para "assegurar a pontualidade da emissão", disse, uma vez que as aulas têm de começar a horas.
Acima de tudo, Gonçalo Madaíl espera que #EstudoEmCasa ajude os alunos neste contexto difícil que Portugal vive.
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