Marta Temido disse que já foram realizadas visitas a metade das 2.628 instituições que estão recenseadas na base de dados para visitas, num total de 1.323 instituições, adiantando que a distribuição dessas visitas foi “bastante assimétrica”, explicando que nas estruturas do Alentejo e do Algarve há “uma situação completa” e nas regiões Norte e Centro foram realizadas “pouco mais de 30% de visitas”.
A questão das visitas destas equipas, que têm como missão acompanhar regularmente os planos de contingência nos lares e a sua aplicação, foi levantada pelo deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro durante uma audição das ministras da Segurança Social e da Saúde sobre os surtos de covid-19 nos lares, a pedido do CDS-PP, do PSD e do PAN - Pessoas-Animais-Natureza.
Dirigindo-se às ministras da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da Saúde, Marta Temido, José Soeiro questionou se “as equipas multidisciplinares da Saúde, Segurança social Proteção Civil, que estão no terreno, estão a visitar todos os lares”, incluindo os ilegais e os clandestinos”.
Marta Temido disse que estas visitas “são apenas uma das várias modalidades de acompanhamento” das estruturas residenciais para idosos.
“A situação mais complexa em termos de cumprimento das visitas é na região de Lisboa e Vale do Tejo, o que também se compreende pelo período de análise que estamos a focar” em que esta região “viveu uma situação pandémica que exigiu um esforço acrescido dos profissionais para outras áreas”, disse a ministra.
Marta Temido observou que o acompanhamento dos lares é feito por estas equipas, mas também por outros meios e avançou que está a ser desenvolvido um processo de articulação entre a Segurança Social e a Saúde para desenvolver “uma metodologia de monitorização e intervenção integrada que permite um modelo de registo e monitorização”.
O objetivo, explicou, é a “simplificação do processo de reporte diário” e “um acompanhamento mais fácil e mais claro para todos”.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acrescentou que “a preocupação tem sido uma capacidade de resposta de emergência com estas visitas de acompanhamento para verificação conjunta” das medidas de prevenção.
As mesmo tempo, promover “um diálogo permanente” entre a Segurança Social e as instituições para verificação, nomeadamente da adequação dos planos de contingência e da “formação dos trabalhadores em termos da sua preparação e capacitação para a resposta ao momento”.
“Temos claramente também questões estruturais para responder, que eu acho que a pandemia só evidenciou e pôs mais a nu”, como a questão demográfica.
O envelhecimento da população “impõe a todos, como sociedade, novas respostas sociais e novos equipamentos sociais” que tenham “cada vez mais a capacidade” de promover respostas de autonomização, de reforço do apoio domiciliário e “outros tipos de modelos de integração comunitária mais eficaz”, defendeu Ana Mendes Godinho.
Avançou ainda que esta semana entram 150 profissionais “para reforçar a capacidade dos meios”, nomeadamente na área da fiscalização.
Portugal contabiliza pelo menos 1.878 mortos associados à covid-19 em 65.626 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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