“Diria que em 2026 começaremos a ver obra. Até lá, temos todo este trabalho de projeto de execução e do concurso público de empreitada”, disse a vereadora Joana Almeida (independente eleita pela coligação “Novos Tempos” PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança).

A autarca falava no âmbito de uma audição conjunta com a 1.ª e a 3.ª comissões permanentes de Finanças e Urbanismo, respetivamente, da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), sobre a proposta de orçamento da cidade para 2025, no valor de 1.359 milhões de euros.

Elencando as opções previstas na área do Urbanismo, Joana Almeida disse que o projeto integrado do espaço público da Avenida Almirante Reis vai ser apresentado na terça-feira, pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), com a proposta que se pretende para a requalificação deste eixo central da cidade, que vai do Martim Moniz até ao Areeiro.

De acordo com a autarquia, os objetivos primordiais da intervenção no eixo da Avenida Almirante Reis passam por implantar uma estrutura verde contínua desde o futuro jardim do Martim Moniz até à Praça Francisco de Sá Carneiro, mais conhecida como Praça do Areeiro, integrar os vários modos de transporte viário e garantir a segurança e o conforto na circulação a pé e de bicicleta.

Em resposta a questões dos deputados municipais, inclusive do PS que lembrou que Carlos Moedas ganhou as eleições autárquicas em 2021 com a promessa de acabar com a ciclovia da Almirante Reis, a vereadora do Urbanismo adiantou que a proposta que será apresentada reflete “um estudo prévio”, que “terá uma fase subsequente, que é a do projeto de execução, portanto ainda não se iniciou, mas está previsto que se inicie”.

Referindo que fará uma apresentação detalhada de toda a requalificação no dia 05 de dezembro, Joana Almeida referiu que o projeto parte do compromisso do executivo de ter “uma visão integrada para os vários tipos de circulação neste eixo, num eixo que só tem uma largura de 25 metros”.

“E há aqui também uma preocupação em responder àquilo que foi uma ampla discussão pública, diria das maiores a nível de participação, com 2.500 contributos”, acrescentou a autarca.

Perspetivando que o projeto fique concluído neste mandato, que termina no próximo ano, “para no mandato seguinte haver obra”, a vereadora do Urbanismo explicou que a intervenção no eixo da Avenida Almirante Reis está articulada com a requalificação da Praça do Martim Moniz, porque “ambos os projetos estão ligados” e os prazos de concretização estão “em consonância”.

Joana Almeida referiu ainda que a intervenção nesta zona da cidade teve por base o estudo da área do vale da Avenida Almirante Reis, para intervir “num eixo de três quilómetros, que vai do Martim Moniz até à Praça do Areeiro”, considerando que “já é um grande investimento e valorização da cidade, independentemente de outros projetos paralelos”.

“Obviamente temos de olhar para a Rua Morais Soares. Será numa fase seguinte. Neste mandato e neste âmbito é apenas o eixo da Almirante Reis. Em relação ao Martim Moniz, estamos a fechar o anteprojeto”, apontou.

Em novembro de 2022, a Câmara de Lisboa aprovou a metodologia para o desenvolvimento do Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, prevendo um processo de participação pública para, depois, elaborar o programa de intervenção e iniciar obra em 2025.

Essa proposta surgiu quatro meses após o recuo do presidente da Câmara de Lisboa relativamente à alteração da ciclovia nesta avenida, afirmando que o tema era “demasiado relevante para jogos partidários”, tendo retirado a sua proposta de solução provisória para priorizar o projeto de reperfilamento desta artéria.

Em abril de 2023, Carlos Moedas anunciava o início do processo participativo para requalificação da Avenida Almirante Reis, para que seja encontrada uma solução estrutural que responda aos desafios de mobilidade, acessibilidade pedonal, segurança e qualidade ambiental.