Numa sessão com empresários em Quarteira, Loulé, a entidade apresentou um inquérito que sustenta as suas reivindicações e que revela que a restauração está a recuperar a diferentes ritmos, com as zonas com maior relação com o turismo e a dos centros comerciais a serem as mais afetadas.
“Existe uma parte do setor que está a recuperar e depois identificamos dois nichos, as zonas turísticas e os centros comerciais, que estão numa desaceleração muito lenta e no Algarve com a situação dos turistas ingleses terá havido até um retrocesso”, afirmou à Lusa o presidente da associação Daniel Serra.
A PRO.VAR - Promover e Inovar a Restauração Nacional, pede ao Governo que “reforce os apoios” para as empresas nestas condições, nomeadamente que se procure quem teve “uma quebra acima de 40%” face a 2019 o que irá "incluir os centros comerciais e as zonas turísticas de todo o país”.
A associação pediu por um lado que as rendas das empresas com quebras de 40% “continuem a ser apoiadas até dezembro” e por outro que, com o final dos apoios ao lay-off, o Governo garanta a sobrevivência do tecido empresarial “muito importante” do turismo e restauração.
Daniel Serra revelou também que a PRO.VAR sugeriu ao executivo que as empresas, através dos seus contabilistas certificados, possam enviar “a grandeza das despesas e o Governo calcular o apoio em função da sua necessidade específica”.
A associação reivindica também uma redução do IVA das comidas de “13% para 6%”, defendendo que é preciso “dar liquidez às empresas” e que, assim, a taxa ficaria “equiparada à dos hotéis” e mais próxima da praticada nos mercados concorrentes com o português.
A falta de mão-de-obra é outro dos problemas do setor, com o inquérito a revelar a necessidade de aumentar em “cerca de um quarto” os profissionais já que mais de dois terços (77,5%), dos restaurantes revelaram “querer recrutar profissionais, mas não conseguindo satisfazer as necessidades”, apontou.
O recém anunciado IVAucher também é alvo de críticas pela associação, que propõe também alterações, apresentadas ”há um mês ao ministério da finanças”, para que o consumo do vale aconteça “de segunda a quinta-feira”, provocando uma “alteração de hábitos no consumidor e uma mais valia para os restaurantes”.
Presentes na sessão, alguns empresários algarvios realçaram os atrasos nos apoios no Governo, revelando que alguns de 2020 só chegaram este ano, o que condiciona a disponibilidade financeira das empresas, algo que será incomportável se o verão de 2021 for semelhante ao do ano passado.
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