Paulo Estevão reagia no parlamento dos Açores à decisão do deputado da Iniciativa Liberal (IL) de romper hoje com o acordo de incidência parlamentar feito com os sociais-democratas para apoio ao Governo Regional de coligação, que junta PSD, CDS-PP e o PPM.
O deputado do PPM responsabilizou Nuno Barata de estar com “declarações bombásticas”, bem como de ser uma “fonte de instabilidade permanente”, tal como no passado, em que “abandonou o partido em que estava integrado (CDS-PP) para criar instabilidade”.
“O número que aqui fez era o que todos esperavam, era uma questão de tempo”, apontou o deputado do PPM/Açores.
Pedro Neves (PAN) considerou, por seu turno, que “há politiquice dentro do governo quando não deveria haver”, sendo para o seu partido “extremamente grave” a saída do secretário regional da Saúde e Desporto, que “tinha feito trabalho bastante importante”.
O líder do grupo parlamentar do PSD/Açores, Bruto da Costa, declarou que “em momento algum, o PSD, abdicou dos seus princípios fundamentais”, tendo sempre como meta “prosseguir a governação nesta legislatura”.
“Há princípios que vão para além da discussão política, e nestes nós não cedemos”, salvaguardou.
O centrista Rui Martins referiu que a estabilidade governativa “é uma responsabilidade de todos e não apenas dos partidos da coligação”.
“Quem causa instabilidade é que vem para aqui, dia sim dia não, fazer ameaças veladas, e orçamento sim e orçamento a fazer chantagem”, afirmou.
O deputado do BE/Açores António Lima sublinhou que “os açorianos julgarão a forma como este Governo está a governar e todos estes últimos acontecimentos”.
Lima acusou o líder do governo de estar a “lutar pela sua sobrevivência política, mais do que estar a lutar pelos açorianos”, tendo desafio o secretário regional das Finanças, Duarte Freitas, que assume também os assuntos parlamentares, a questionar o parlamento sobre se o executivo açoriano “tem condições para continuar a governar”.
Os três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26 deputados na assembleia legislativa e contam agora apenas com o apoio parlamentar do deputado do Chega, somando assim 27 lugares.
Antes, com o apoio parlamentar do deputado independente e do eleito da Iniciativa Liberal somavam 29 mandatos, o que permitia ao executivo governar com maioria absoluta.
A oposição conta agora com 30 deputados, quando antes tinha 28.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (ex-Chega).
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