“Tendo em conta que a administração na última sexta-feira se comprometeu a resolver os problemas que tanto preocupam estes trabalhadores, e a nossa preocupação vai no sentido de pôr esta empresa a trabalhar como deve ser, servindo as populações, que é para isso que nós cá estamos, […] decidimos então desconvocar a greve desta semana”, afirmou a dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT) Dina Serrenho.
Em declarações à agência Lusa, a dirigente sindical disse que a decisão de desconvocar a greve marcada para quarta, quinta e sexta-feira foi tomada hoje em plenário de trabalhadores, após a visita de representantes do conselho de administração dos CTT às instalações do centro de distribuição de Santarém, em que “reconheceram que o espaço físico não está nas melhores condições e reconheceram também que há necessidade de rever as voltas - os giros, como lhes chamam - para assegurar um serviço público de qualidade às populações”.
Neste momento, o braço de ferro entre os trabalhadores dos CTT de Santarém e a empresa está suspenso, mas a luta pode voltar no próximo dia 18 e até 29 de outubro, com uma greve parcial de duas horas diárias, isto se o conselho de administração não avançar com a resolução dos problemas.
“Se a empresa, até ao dia 18, manifestar vontade de resolver os problemas, essa mesma será desconvocada. Se até lá mantiver tudo na mesma, estes trabalhadores voltarão à greve no dia 18 até ao final do mês”, adiantou Dina Serrenho.
Por mais meios humanos e contra a falta de condições das novas instalações, estes trabalhares dos CTT já cumpriram três semanas de greve parcial, entre 08 e 30 de setembro, com uma paralisação de duas horas diárias, entre as 08:30 e as 10:30, que teve “algum impacto” na distribuição de correio, indicou fonte oficial dos CTT, em resposta escrita à agência Lusa.
“Estamos convencidos - e assim gostaríamos de continuar - de que a empresa, com a vinda da administração na última sexta-feira, tente resolver os problemas de que tomou conhecimento ‘in loco’. Portanto, resolvendo, é ultrapassado este problema e os trabalhadores estão cá para fazer sempre o que fizeram, que é trabalhar com profissionalismo e responsabilidade, mantendo um serviço público de qualidade”, reforçou a dirigente do SNTCT, ressalvando que a realização das greves tem custado aos trabalhadores “tanto psicologicamente como monetariamente”.
Sobre a falta de recursos humanos, Dina Serrenho referiu que as instalações albergam trabalhadores de Alpiarça, de Almeirim e de Santarém, e que há cerca de oito anos existiam mais de 70 funcionários e neste momento são 42.
“As zonas não encolheram, pelo contrário, a desculpa que a empresa dá é que a carta, a simples carta, desapareceu em troca dos ‘emails’ que começaram a ser trocados, mas a verdade é que temos outro tipo de objetos que demoram muito mais a entregar e têm um tratamento diferente do que a carta, nomeadamente o expresso e as encomendas”, alertou.
“Neste momento, estamos a dizer que precisamos, urgentemente, de mais 12 trabalhadores. A esperança aqui e a vontade aqui é que a empresa também reconheça isso e que, até ao dia 17 [de outubro], resolva este problema para não nos obrigar a no dia 18 voltarmos à rua com um processo de greve”, apontou a sindicalista.
Na quinta-feira, em resposta à Lusa, a empresa reiterou que “os recursos afetos ao Centro de Distribuição Postal (CDP) de Santarém são os necessários à organização, estando, no entanto, em discussão e análise com as entidades representativas dos trabalhadores eventuais medidas sobre esta situação”.
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