Serguei Lavrov falava durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo turco, Mevlut Çavusoglu, na capital turca, Ancara.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo termina hoje uma visita de dois dias à Turquia que serviu, entre outros aspetos, para preparar com o seu homólogo turco uma cimeira dos Presidentes da Rússia, Alemanha, Turquia e França sobre a guerra civil na Síria.
Segundo Lavrov, as restrições aplicadas por Washington contra vários países são “ilegais” e revelam um desejo norte-americano de “dominar” em todo o mundo e “ditar a respetiva política” a outros Estados, alcançando desta forma “benefícios unilaterais”.
O ministro russo destacou ainda o facto de os Estados Unidos aplicarem também sanções contra os seus próprios aliados.
“Esta política não pode servir de base para um diálogo normal. E acredito que não pode continuar por muito tempo", declarou Lavrov, citado pelos ‘media’ russos.
No início de agosto, a administração norte-americana avançou com sanções contra dois ministros turcos (das pastas do Interior e da Justiça) para pressionar a libertação de um pastor protestante norte-americano (Andrew Brunson) detido desde outubro de 2016 em território turco por acusações de "terrorismo e espionagem".
Mais recentemente, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a duplicação das tarifas do alumínio e do aço turcos. Perante a decisão de Washington, a moeda turca (lira turca) entrou numa espiral descendente para novos mínimos de sempre, tendo já desvalorizado em mais de 25%.
Os Estados Unidos também anunciaram recentemente um novo conjunto de sanções contra Moscovo na sequência do alegado envolvimento russo no caso do envenenamento com ‘novichok' (um agente neurotóxico desenvolvido pela então União Soviética no final do período da Guerra Fria) do ex-espião russo Sergei Skripal e a sua filha Yulia Skripal no Reino Unido em março passado.
Estas novas sanções vão entrar em vigor a 22 de agosto.
Ainda em Ancara, Serguei Lavrov denunciou que as medidas aplicadas pelos Estados Unidos contra os países que tentam garantir a paz na Síria – Rússia, Turquia e Irão – são uma tentativa para “obstruir” os esforços destes mesmos países no território sírio e para que não existam progressos concretos.
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