Em declarações transmitidas pelas televisões, Nuno Branco reconheceu que a direção da Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras está a ponderar a sua demissão, mas o responsável não quis adiantar nada de definitivo, lembrando que se trata de um “órgão colegial” em que as decisões são tomadas conjuntamente.
Nuno Branco adiantou que não conhecia de perto as situações divulgadas pela reportagem da TVI sobre má gestão de fundos da associação, sublinhando que a instituição tem contas auditadas e que, da parte da direção, houve o pressuposto de que “as coisas foram feitas com legalidade”.
Contudo, o responsável indicou que teve “imensas querelas” com a presidente demissionária, Paula Brito e Costa, afastando-se do seu “modelo de liderança”.
O diretor da Raríssimas sublinhou ainda que teme “pelos mais de 300 utentes” e cerca de 190 profissionais da instituição, pela sua imagem e pelo “trabalho meritório” que tem feito.
Paula Brito e Costa anunciou na terça-feira ao Expresso que se demitia do cargo de presidente da Raríssimas, depois da reportagem emitida sábado pela TVI sobre a gestão da associação, financiada por subsídios do Estado e donativos.
A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais.
Também o ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, pediu a demissão do cargo na terça-feira, dias depois da emissão de uma reportagem pela TVI, na qual se refere que foi contratado entre 2013 e 2014 pela Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.
O secretário de Estado alegou, logo após a emissão da reportagem, que se tratou de uma "colaboração técnica" com a associação “Raríssimas” e que nunca participou em decisões de financiamento.
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