No encerramento do debate temático proposto pelo presidente do parlamento sobre a situação na Ucrânia – um ano após o início do conflito – Gomes Cravinho apontou “fundamentais divergências” entre o Governo e a bancada comunista.
“Esta recusa em olhar de frente o que se passa ao longo deste ano é de facto lamentável. É tão absurdo como caricato que, nesta análise, o ataque de Putin afinal não é um ataque ao direito internacional, mas tão só uma conspiração capitalista para proteger lucros extraordinários, enfim”, lamentou Cravinho.
E acrescentou: “Poderíamos dizer ‘viva a diversidade da nossa vida política’ mas eu prefiro sublinhar que esta interpretação bizarra apenas demonstra como é profundamente minoritária a franja de população portuguesa que recusa a devida solidariedade à Ucrânia”, vincou.
Dirigindo-se ao BE, Cravinho saudou “a clara condenação do belicismo imperialista”, discordando, contudo, da “versão caricaturada com que retrata a União Europeia”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse ser “muito reconfortante” perceber que análise que o governo faz da guerra é “amplamente partilhada” pelo parlamento, tendo deixado vários elogios aos deputados que intervieram, em particular ao socialista Sérgio Sousa Pinto pela “brilhante intervenção”.
“Raramente a vida internacional nos apresenta um caso tão claro: é muito reconfortante verificar que a condução da nossa política externa assenta num respaldo tão grande nesta casa”, rematou.
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