Musk republicou um vídeo manipulado da campanha de Harris onde uma voz que a imita chama o presidente Joe Biden de “senil” e declara que ela não "sabe o mínimo sobre governar o país". Acrescenta ainda que, como mulher e pessoa não branca, ela é a "contratação de diversidade máxima".
O vídeo foi originalmente postado por uma conta no X ligada ao podcaster conservador Chris Kohls e rotulado como uma "paródia". Mas a partilha de Musk não fez essa especificação, dizendo apenas: "Isso é incrível", junto com um emoji de risada.
A publicação do bilionário obteve mais de 130 milhões de visualizações e ocorre no meio das crescentes preocupações sobre o uso de inteligência artificial (IA) para desinformação política, antes da eleição presidencial dos EUA em novembro.
"Acreditamos que o povo americano quer a verdadeira liberdade, oportunidade e segurança que a vice-presidente Harris está oferecendo; não as mentiras falsas e manipuladas de Elon Musk e Donald Trump", reagiu a campanha de Harris num comunicado.
Com quase 192 milhões de seguidores, Musk é uma voz altamente influente na plataforma, anteriormente chamada Twitter, que ele comprou em 2022 por 44 mil milhões de dólares.
No início deste mês, Musk endossou Trump numa publicação no X logo após o republicano escapar por pouco de uma tentativa de assassinato durante um comício na Pensilvânia.
Gavin Newsom, o governador democrata da Califórnia, escreveu na rede social que o vídeo manipulado de Harris "deveria ser ilegal" e que em breve assinaria um projeto de lei proibindo esse tipo de conteúdo.
A republicação de Musk parece violar as diretrizes do X, que proíbem a partilha de "conteúdo sintético, manipulado ou fora de contexto que possa enganar ou confundir as pessoas e levar a danos". A empresa não respondeu ao pedido de comentário da AFP.
"Ignorando as regras da estrada porque ele comprou a estrada", disse no X a advogada Nora Benavidez, da organização Free Press.
Investigadores de desinformação temem o uso indevido desenfreado da tecnologia de IA em um ano eleitoral importante, graças à proliferação de ferramentas online que são baratas e fáceis de usar, mas carecem de barreiras de segurança suficientes.
"As plataformas desempenham um papel desproporcional nos ciclos eleitorais", escreveu Benavidez. "Precisam fazer melhor."
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