Em declarações à agência Lusa, a presidente do organismo, Luísa Salgueiro, disse que, durante a simulação no passado fim de semana, “houve locais onde não foi possível estabelecer o contacto de rede”, como em Matosinhos, autarquia por si presidida.

“A rede de Internet é uma rede própria e exclusiva, criada pelo Ministério da Administração Interna e fornecida pelo Ministério da Administração Interna. Portanto, nós não ligamos à Internet usualmente utilizada nos locais onde estão as mesas de voto e, no momento da simulação do teste, vários locais não tiveram possibilidade de aceder à rede”, observou.

“O receio que existe é que no próximo domingo, quando todos se ligarem às seis da manhã, exista uma impossibilidade técnica de ligação dos computadores e de ligação à rede. Esse é o grande receio”, sublinhou.

Luísa Salgueiro lembrou que esta semana houve uma reunião do conselho diretivo da ANMP, na qual vários municípios “relataram situações em que não tinha havido funcionamento da rede” no ensaio geral.

A também autarca de Matosinhos adiantou que os computadores foram todos entregues atempadamente pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna e que o Governo garantiu que “há técnicos de para todas as mesas”.

“Que o MAI e SGMAI faça um último esforço que no domingo tudo funcione bem. Da parte dos municípios, nós estamos com as equipas todas prontas e tudo apto para que o processo decorra da melhor forma possível”, sustentou.

Em 15 de maio, o Ministério da Administração Interna já havia garantido que existiam técnicos de informática suficientes para assegurar o voto em mobilidade nas eleições europeias.

Segundo o MAI, existiam 19.132 inscrições para técnicos de apoio informático para as 12.100 mesas que se prevê sejam constituídas em Portugal.

Os eleitores portugueses vão poder votar no dia das eleições para o Parlamento Europeu, 09 de junho, em qualquer parte do país, ou também na véspera, se estiverem no estrangeiro, sendo o chamado voto em mobilidade a grande novidade deste ato eleitoral, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Os cidadãos não têm de informar previamente ou fazer uma inscrição para irem votar fora da sua mesa de voto habitual, ou seja, basta aparecer num local de votação.

Esta votação é possível graças à desmaterialização dos cadernos eleitorais, fazendo-se a comunicação via ‘online’ de que o eleitor votou, num processo muito rápido e seguro, segundo a CNE, que afasta riscos de roubo de dados.

Em virtude desta alteração, foi necessário recrutar técnico de informático para estarem presentes junto às mesas de voto em cada uma das assembleias e secções de votos, devidamente credenciado pela Administração Eleitoral, para dar apoio na utilização dos equipamentos informáticos, em caso de indisponibilidade pontual do sistema ou de dificuldades de acesso por parte das mesas de voto.

De acordo com o CNE, este tipo de votação só é possível em eleições de círculo único – como é o caso das europeias e das presidenciais.

Manteve-se, como em atos eleitorais anteriores, o voto antecipado, com inscrição prévia, decorrendo na semana anterior, dia 02 de junho. Mas, se o eleitor que se tiver inscrito, não votar nesse dia, pode fazê-lo no dia 09.

As eleições para o Parlamento Europeu, em que os eleitores dos 27 Estados-membros escolhem os 720 deputados, decorrem entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, a votação está marcada para dia 09, escolhendo-se os 21 representantes nacionais no hemiciclo europeu.