O eventual crime terá ocorrido em 02 de dezembro de 2021, quando os dois jovens integravam um ‘peddy tascas’, iniciativa associada à boémia académica, em que estudantes percorrem vários cafés, bares e tascas de Coimbra, ingerindo bebidas alcoólicas ao longo do percurso pelos estabelecimentos, referiu o Ministério Público (MP), na acusação a que a agência Lusa teve acesso.
O caso era para ter sido julgado em setembro de 2023, mas foi adiado para este mês.
Segundo o despacho do MP, num café que se situava junto à Praça da República, a vítima terá encetado conversa com o arguido, num momento em que já se encontrava visivelmente embriagada.
Entre as 19:00 e as 19:30, a vítima deslocou-se com o arguido, que a amparava, para o Jardim da Sereia.
Chegados àquele jardim próximo da Praça da República, o arguido ter-se-á aproveitado do estado da vítima para abusar dela, tendo parado quando a estudante se conseguiu opor e dizer “não”, referiu o Ministério Público.
Posteriormente, a vítima terá adormecido encostada ao ombro do arguido. Quando acordou, cada um terá prosseguido o seu caminho, com a jovem a dirigir-se para os jardins da Associação Académica de Coimbra, ao encontro das suas amigas.
De acordo com o Ministério Público, só depois de se encontrar com as amigas é que a vítima se apercebeu de que tinha a camisa desapertada e os collants rasgados, não se recordando do que tinha ocorrido.
O Ministério Público vincou que o arguido teve relações sexuais com a vítima, sabendo que esta “não possuía a capacidade e o discernimento necessários para se autodeterminar sexualmente, nem estava capaz de se defender” face ao consumo de bebidas alcoólicas em excesso.
O arguido, que aguarda o julgamento com a medida de coação de termo de identidade e residência, irá responder por um crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência, na forma agravada.
O julgamento começa na segunda-feira, às 13:45, no Tribunal de Coimbra.
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