Os serviços de inteligência dos Estados Unidos da América (EUA) acusaram a Rússia de ser responsável por um vídeo falso de um imigrante haitiano que afirma ter votado várias vezes em Kamala Harris nas eleições norte-americanas.

Os EUA estão em alerta máximo para uma possível avalanche de manipulações, por parte de atores alinhados com o Kremlin, nos últimos dias de disputa entre o candidato republicano, Donald Trump, e a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris.

O secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, disse que o vídeo do imigrante haitiano é um exemplo de "desinformação direcionada".

No vídeo de 20 segundos, um homem declara, de forma forçada e robótica: "Somos do Haiti. Viemos para os Estados Unidos há seis meses e já temos cidadania americana. Votámos em Kamala Harris".

Raffensperger afirmou que o vídeo, "obviamente falso", era, provavelmente, uma produção de "trolls russos", enquanto funcionários dos serviços de inteligência culparam diretamente os "influenciadores russos".

Numa declaração conjunta, o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, o FBI e a Agência de Segurança de Infraestrutura e Cibersegurança indicaram que este foi "um esforço mais amplo de Moscovo para levantar questões infundadas sobre a integridade das eleições americanas".

Especialistas em desinformação já destacaram um esforço multifacetado para semear o caos e influenciar os participantes antes das eleições de 5 de novembro: de contas de robôs pró-russos na rede social X a sites pró-Kremlin disfarçados de comunicação social.

Darren Linvill, especialista em desinformação da Universidade Clemson, nos EUA, mencionou que o vídeo mais recente tinha o selo da rede de propaganda russa Storm-1516.

"É importante observar que eles também usam prováveis ​​​​atores da África Ocidental, muitas vezes recrutados na área de São Petersburgo”, disse à AFP.