O semanário com longa tradição antimilitarista publicou na sua edição eletrónica cinco desenhos que associam estas mortes e uma campanha de recrutamento recentemente promovida pelas Forças Armadas gaulesas.
Num dos desenhos, surge o Presidente Emmanuel Macron de pé e frente a um caixão coberto com a bandeira azul-branca-vermelha e onde surge em destaque uma das frases da campanha de recrutamento: “Juntei-me às fileiras para sair de uma situação difícil”.
“Profunda indignação e incompreensão com o desenho de @Charlie_Hebdo”, reagiu na rede social Twitter o general Thierry Burkhard, chefe de Estado-Maior do exército.
Os desenhos não estão incluídos na edição em papel do jornal, distribuída da quarta-feira.
“Os meus pensamentos vão para as famílias de todos os soldados mortos em combate para defender as nossas liberdades”, lê-se na mensagem.
O semanário, contactado pela agência noticiosa AFP, não reagiu.
O Charlie Hebdo foi alvo de um atentado ‘jihadista’ em janeiro de 2015 que dizimou uma parte da sua redação, incluindo os seus desenhadores mais conhecidos, entre eles Wolinski e Cabu.
Na segunda-feira vai decorrer em Paris uma homenagem nacional aos 13 militares mortos no Mali na presença do Presidente Emmanuel Macron e do seu homólogo maliano Ibrahim Boubacar Keita.
Os soldados franceses foram mortos na colisão de dois helicópteros durante uma operação de combate contra ‘jihadistas’, num contexto securitário alarmante na região do Sahel.
Neste incidente as Forças Armadas francesas registaram uma das mais graves perdas após o atentado contra o quartel-general francês Drakkar em Beirute, em 1983, que provocou 58 mortos.
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