“A campanha de influência perniciosa da China visa os nossos políticos e as nossas posições 24 sobre 24 horas, sete dias por semana, 365 dias por ano”, afirmou Christopher Wray numa intervenção no Círculo de Reflexão do Instituto Hudson, em Washington.
Para o diretor do FBI, “não há uma ameaça específica” sobre a votação marcada para 03 de novembro, altura em que o atual Presidente norte-americano, Donald Trump, republicano, terá pela frente o candidato democrata Joe Biden na corrida a um novo mandato.
Mas as pressões “permanentes” terão “implicações nas eleições”, acrescentou o diretor do FBI, salientando que a China tem, “sem qualquer dúvida, preferências”, embora não tenha avançado quais.
Na intervenção, Wray descreveu longamente os esforços crescentes de Pequim para se apropriar de segredos tecnológicos norte-americanos.
“Nos últimos 10 anos, houve um crescimento de 1.300% nos processos de espionagem económica envolvendo a China”, afirmou, evocando “uma das maiores e mais importantes transferências de riqueza da história da humanidade”.
Ao cerca de um milhar de processos, pormenorizou, juntam-se outras mil investigações ligadas ao roubo de dados pessoais, intromissões nas pesquisas universitárias ou a pressões sobre os dissidentes refugiados nos Estados Unidos.
“Chegamos a um ponto em que o FBI começou a abrir uma nova investigação de contraespionagem envolvendo a China de dez em dez horas. Neste preciso momento, a China está a trabalhar para comprometer […] a pesquisa norte-americana sobre a covid-19″, referiu Wray.
Para o diretor do FBI, a longo prazo, as campanhas coordenadas pelo Partido Comunista Chinês (PCC) representam “a maior ameaça” para a segurança dos Estados Unidos.
Nos últimos meses, a administração Trump adotou um discurso muito crítico em relação a China, a quem o Presidente norte-americano acusa de ter escondido a amplitude da propagação do novo coronavírus depois de ter surgido no centro do país em fins de dezembro do ano passado.
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