De acordo com a distribuidora NOS Audiovisuais, a antestreia, no cinema UCI El Corte Inglés, contará com o atual secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, o ex-dirigente comunista Carlos Carvalhas, o deputado António Filipe, o eurodeputado João Oliveira e o vereador municipal de Lisboa João Ferreira.

Estarão ainda presentes os históricos resistentes antifascistas Domingos Abrantes e Conceição Matos, e também Adelino Cunha, autor do livro que inspirou o filme, “Álvaro Cunhal, retrato pessoal e íntimo” (2010).

“Camarada Cunhal” estreia-se no ano em que se assinala uma década da morte de Álvaro Cunhal (1913-2005) e o filme é apresentado pela produtora Sky Dreams como “uma oportunidade” que é dada “à nova geração de portugueses” de conhecer “um dos momentos mais decisivos da História e de um dos protagonistas mais emblemáticos da luta pela liberdade”.

O filme centra-se, sobretudo, na fuga de Álvaro Cunhal e de outros militantes comunistas, em janeiro de 1960, da Fortaleza de Peniche, que tinha sido transformada em prisão política pelo regime de Salazar.

Com o ator Romeu Vala a interpretar o papel de Álvaro Cunhal, o filme denuncia ainda a repressão da ditadura, as depauperadas condições da prisão e os estratagemas de comunicação entre os presos e com o exterior, que permitiram a operação de fuga, com o auxílio de um guarda da GNR.

Na composição do retrato de Álvaro Cunhal, o filme recorda ainda a tortura de que foi vítima, a capacidade de mobilização política dentro da prisão e os escritos produzidos, plasmados em vários cadernos.

Depois de 11 anos de prisão e da famosa fuga de Peniche, Álvaro Cunhal passou à clandestinidade e foi eleito, em 1961, secretário-geral do PCP, ocupando o cargo até 1992.

Tendo dirigido o partido durante vários anos a partir do exílio, Álvaro Cunhal regressou a Portugal a 30 de abril de 1974, cinco dias depois da revolução que ditou a queda da ditadura.

Além de político, Álvaro Cunhal deixa também obra feita na literatura, como ideólogo do marxismo-leninismo e como romancista, tendo reconhecido em 1995 o seu pseudónimo de Manuel Tiago na ficção literária.

Além de Romeu Vala, “Camarada Cunhal” conta com as interpretações de António Mortágua, Tiago Teotónio-Pereira, Luís Lobão, Filipa Nascimento, Frederico Barata, Gonçalo Neto Arroja, Tobias Monteiro, Guilherme Moura e Helena Caldeira, entre outros.

“Camarada Cunhal” é mais um filme de pendor biográfico e histórico que a produtora Sky Dreams tem assinado, juntando-se a “Soares é fixe” (2024) e “Salgueiro Maia — O Implicado” (2022), ambos realizados por Sérgio Graciano, e “Snu” (2019), de Patrícia Sequeira.