O alerta para o incêndio no estabelecimento prisional masculino de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos, no distrito do Porto, foi dado pelas 20:44 e o fogo entrou em resolução pelas 21:30, referiu fonte do Comando Sub-regional da Área Metropolitana do Porto.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça, António Amaral, indicou à Lusa que se registaram 15 vítimas, sendo 11 assistidas e quatro transferidas para o hospital como feridos leves.
Entre as vítimas estão reclusos e guardas, todas devido a inalação de fumos, sublinhou António Amaral.
Fonte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) adiantou à Lusa, numa resposta por escrito, que devido à inalação de fumo, foram assistidos “dois elementos da vigilância que, por precaução, foram posteriormente também observados em hospital”.
“Releva-se que estes dois elementos da vigilância foram os que procederam à abertura de celas e ao encaminhamento dos reclusos (95) do pavilhão para o recreio a céu aberto, colocando-os ao abrigo do fumo”, destacou a DGRSP.
Apontando que a situação estava normalizada, a DGRSP indicou ainda que 27 reclusos foram transferidos para outros estabelecimentos prisionais “provisoriamente e por precaução”, 13 para o Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira e 14 para o de Vale do Sousa.
“Reclusos estes que ocupavam celas do piso térreo, onde mais se faz sentir o cheiro do fumo”, explicou.
Sobre o incidente, a DGRSP referiu que um recluso “afeto ao regime comum, pegou fogo à cela que ocupava com outro recluso”.
“O incêndio foi imediatamente detetado e combatido pelos guardas que se encontravam no pavilhão, coadjuvados por outros elementos da vigilância que, estando fora de serviço, se voluntariaram para ajudar”, salientou ainda.
Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, confirmou à Lusa que dois guardas ficaram feridos por inalação de fumos e foram transportados para o hospital.
O dirigente sindical sublinhou também que guardas fora de serviço voluntariaram-se para ajuda.
“Mesmo com as péssimas condições que temos, mobilizaram-se para garantir a segurança dos reclusos e dos colegas”, frisou.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça salientou ainda à Lusa que, à chegada dos meios de socorro ao local, a ala já estava evacuada o que “facilitou imenso o trabalho dos bombeiros”.
António Amaral explicou ainda que devido ao tipo de ocorrência, as quatro corporações do concelho foram acionadas, o que permitiu uma intervenção rápida.
Além das várias corporações do concelho foram destacados para o local elementos da GNR e da Proteção Civil municipal.
De acordo com o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) estiveram no local 26 operacionais, apoiados por 12 viaturas.
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