A vítima mortal “não respeitou as instruções de confinamento” à habitação e foi atingida esta madrugada por uma árvore em queda, e as outras duas pessoas foram dadas como desaparecidas após o naufrágio do barco em que seguiam, ao largo da ilha La Désirade, pertencente a Guadalupe, precisaram as autoridades.
Depois de deixar um rasto de destruição, com graves danos nas infraestruturas, não só em Guadalupe, mas também nas ilhas de Martinica e Dominica, nas Antilhas Menores, o furacão Maria, de categoria 5, a de maior intensidade, atravessa agora o mar das Caraíbas em direção a Porto Rico e às Ilhas Virgens norte-americanas, podendo tocar terra em St. Croix entre hoje e quarta-feira.
A imprensa local da área caribenha noticiou que os fortes ventos e as chuvas torrenciais causaram graves inundações, queda de árvores generalizada, danos nos sistemas de abastecimento de energia e, em geral, estragos nas casas, ruas e estradas.
O primeiro-ministro de Dominica, Roosevelt Skerrit, cuja residência oficial, à semelhança de quase todas as casas da ilha, ficou sem telhado devido à força do furacão, declarou que o país perdeu tudo e que a devastação é generalizada, embora sem fornecer dados mais concretos, que dependerão de uma avaliação futura
Quanto a Martinica, após a passagem do furacão pelo território francês, que deixou pelo menos 50.000 habitações sem eletricidade e 10.000 sem água, está previsto que os trabalhos de inspeção dos estragos arranquem nas próximas horas.
De acordo com a imprensa local, o furacão não atingiu com tanta força as ilhas caribenhas de São Cristóvão e Nevis, cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mark Brantley, disse que o pequeno território viveu uma experiência traumática, sem dar mais informação sobre os danos sofridos.
O Centro Nacional de Furacões norte-americano indicou que o Maria enfraqueceu durante um breve período e depois retomou ventos de 260 quilómetros por hora.
Hoje de manhã, o olho do furacão encontrava-se a cerca de 240 quilómetros a sudeste de St. Croix e avançava para oeste-noroeste sobre o mar das Caraíbas a uma velocidade de 17 quilómetros por hora.
Os meteorologistas avisaram que o Maria permanecerá um furacão de categoria 4 ou 5 até passar por Porto Rico e pelas Ilhas Virgens.
Os ventos ciclónicos do furacão estendem-se por cerca de 45 quilómetros e os ventos de força tropical atingem 205 quilómetros.
Em Porto Rico, o governador, Ricardo Rosselló, sublinhou hoje que o furacão é “provavelmente o mais perigoso da história moderna” deste território das Caraíbas.
O furacão constitui “um perigo extremo e vai ter impacto em todo o Porto Rico, com uma força e violência que não vemos há várias gerações”, alertou Rosselló em conferência de imprensa com representantes do seu Governo e da Agência Estatal para a Gestão de Emergências e Administração de Desastres (AEMEAD) da ilha.
O governador pediu aos residentes em zonas suscetíveis de inundar ou que habitam em casas de madeira ou com telhados de zinco para abandonarem as suas casas.
“Se, com o furacão Irma de há duas semanas, [Porto Rico] não se inundou, agora sim, inundar-se-á. As propriedades podem-se consertar, as vidas não se podem substituir”, disse o responsável, comprometendo-se a proceder a uma reconstrução rápida dos possíveis danos.
De acordo com as atuais previsões, os ventos podem alcançar 265 quilómetros por hora e as chuvas continuarão até sábado em consequência da passagem do furacão.
Por sua vez, um responsável do Serviço Nacional de Meteorologia da ilha, Ernesto Morales, explicou que o furacão Maria afetará as infraestruturas de Porto Rico e advertiu de que poderá haver acumulação de água da chuva com uma altura de 45 centímetros.
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