A “Declaração de Nikko”, assinada após um encontro de dois dias na cidade com o mesmo nome (a nordeste de Tóquio), inclui uma série de propostas para prevenir a violência e facilitar o acesso à justiça, saúde e habitação para as vítimas.
“Para eliminar todas as formas de violência de género, devemos estabelecer sistemas multissetoriais integrados com ênfase na prevenção da violência, apoio e proteção de sobreviventes e vítimas e garantia de acesso à justiça e responsabilização dos perpetradores”, lê-se no texto hoje publicado.
O documento também faz referência aos casos de assédio ‘online’, assim como a discursos de ódio e misoginia encontrados nas redes sociais e que se intensificaram nos últimos anos contra vítimas, jornalistas e defensores de direitos humanos, entre outros.
A declaração considera ainda essencial a participação plena e igualitária das mulheres na tomada de decisões a todos os níveis, sustentando tratar-se de “uma questão de direitos humanos, que contribuiria positivamente para as condições económicas, sociais e políticas globais”.
Outra das propostas do documento é a criação de um melhor ambiente de trabalho para as mulheres trabalhadoras nos setores do turismo, restauração e cuidados a idosos ou crianças, cargos tradicionalmente desempenhados por mulheres.
A reunião deste fim de semana é a primeira deste tipo a ser realizada no Japão, país que está na cauda do restante do Grupo dos Sete (G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo) – formado também por Itália, Reino Unido, Alemanha, França, Canadá e Estados Unidos – sobre a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e na política.
De acordo com o “Global Gender Gap Report”, cuja última edição foi publicada na semana passada pelo Fórum Económico Mundial, aquele país asiático ocupa a 125.ª posição entre 146 países, registando o pior desempenho de sempre e o mais baixo do Leste asiático.
Segundo os dados avançados no relatório, apenas 10% dos parlamentares do país são mulheres e, entre os cargos ministeriais, as mulheres ocupam 8,3%, com duas pastas: a da Educação e a da Segurança Económica.
O Japão, que ocupa atualmente a presidência do G7, teve o pior resultado de todos os países deste grupo, sendo seguido pela Itália, que ocupa a 79.ª posição, enquanto a Alemanha, a melhor do grupo, surge em sexto.
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