Lisboa acolhe na próxima quarta-feira a gala de apresentação da edição de 2019 do Guia Michelin Espanha e Portugal, pela primeira vez, depois de cerimónias anteriores terem decorrido sempre em território espanhol.
O facto de este ano, quando celebra a 10.ª gala, a Michelin ter escolhido Portugal é, para a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, “um marco que mostra precisamente a importância crescente que a gastronomia portuguesa tem em termos de relevância internacional”.
A governante recordou que, há dois anos, Portugal tinha 17 estrelas no guia ibérico, e, na edição atual, conta 28 (cinco restaurantes com duas estrelas e 18 com uma), o que representa “um salto enorme em termos de qualificação e reconhecimento dos nossos ‘chefs’”, disse, apontando ainda a eleição de José Avillez (‘Belcanto’, duas estrelas) como o melhor do mundo, segundo a Academia Internacional de Gastronomia, como “um passo importantíssimo na internacionalização da marca da gastronomia portuguesa”.
A gastronomia e os vinhos portugueses estão a conquistar cada vez mais espaço a nível internacional e são também uma oportunidade para “mostrar o território e abrir o mapa de Portugal”, comentou a governante, em entrevista à Lusa.
“Esta nossa oferta distribui-se por todo o país e é uma forma cada vez mais de levar as pessoas a descobrirem Portugal, muito associado aos nossos produtos locais, agrícolas, ao vinho e também com experiências de descoberta do território”, referiu.
A título de exemplo, Ana Mendes Godinho recordou que, em outubro, Portugal entrou diretamente para o ‘top’ 4 como o melhor destino de gastronomia e vinhos, no mercado norte-americano, de acordo com “uma das grandes operadoras de luxo americanas, a Virtuoso”.
Além disso, mencionou, em 2016 a gastronomia e vinhos portugueses foram tema de cerca de 960 notícias na imprensa internacional e, este ano, o Governo estima que esse número duplique.
Na gala da próxima quarta-feira, durante a qual serão anunciadas as distinções com uma, duas e três estrelas Michelin de Portugal e Espanha em 2019, Ana Mendes Godinho espera “o reconhecimento” dos ‘chefs’ portugueses.
“Os nossos ‘chefs’ têm sido espetaculares embaixadores de Portugal”, disse, comparando-os a “pontas-de-lança internacionais de afirmação do património gastronómico português, que tão bem têm sabido reinventar, mantendo autenticidade e introduzindo sofisticação”.
“São verdadeiros mágicos. Têm também mostrado esta capacidade de Portugal ser este destino muito inovador, mas acima de tudo alicerçado na sua autenticidade, que é isso que nos diferencia de todos os outros”, referiu a responsável pela pasta do Turismo.
Sobre a cerimónia do próximo dia 21, orçada em “mais de 400 mil euros”, espera-se a presença de mais de 500 convidados, entre chefes de cozinha, empresários e representantes institucionais dos dois países, além de mais de 100 jornalistas, a maioria dos quais espanhóis.
A organização do evento resulta de uma “parceria público-privada”, envolvendo o Turismo de Portugal, a Câmara de Lisboa e a Associação de Turismo de Lisboa, em que participam empresas da região.
Sobre o retorno esperado, Ana Mendes Godinho referiu que a avaliação se faz quer pelo número de participantes, mas também pelo impacto mediático e repercussão internacional do evento.
As autoridades nacionais estão a preparar um programa, a pretexto do Guia Michelin, para levar os jornalistas estrangeiros “à descoberta da gastronomia e dos vinhos” das regiões onde há restaurantes distinguidos com estrelas do Guia Michelin: Alentejo e Algarve: Centro; Norte e Madeira.
Durante a gala, que vai decorrer no Pavilhão Carlos Lopes, sete chefes de cozinha da região de Lisboa vão preparar o jantar: José Avillez; e, com uma estrela, Henrique Sá Pessoa (Alma); Alexandre Silva (Loco); Joachim Koerper (Eleven); João Rodrigues (Feitoria); Miguel Rocha Vieira (Fortaleza do Guincho), e Sergi Arola (LAB).
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